quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Parentes e amigos fazem Ato de Repúdio contra prisão de irmãos

Foto: Cyntia Freitas
Fotografada por Cyntia Freitas

Com faixas e cartazes pedindo justiça, familiares e amigos dos três irmãos Luiz Gustavo Prudente, 20 anos, Luiz Felipe Prudente Magalhães, 22 anos e Valdeir Prudente Magalhães, 26 anos, fizeram na tarde de ontem, um Ato Público de repúdio à prisão dos irmãos Prudente Magalhães. A manifestação aconteceu na Praça da Concórdia, no centro da cidade. Nesta quinta-feira, acontece a primeira audiência de julgamento dos irmãos Prudente. Eles estão presos desde o final de julho sob a suspeita de terem assaltado, no dia 19 do mesmo mês, a joalheria Regina, localizada no segundo andar do Resende Shopping.
Familiares e amigos alegam que não há provas concretas contra os irmãos. O ato foi organizado pela sociedade civil, com o apoio de entidades religiosas e de organizações que lutam contra o racismo. A manifestação teve como objetivo de chamar a atenção da sociedade para a prisão dos jovens, ocorrida em 24 de julho, sem mandado judicial e sem provas concretas, baseada apenas no depoimento de uma testemunha do assalto que disse na 89ª DP ter reconhecido os rapazes.
“Essa manifestação é em solidariedade a luta da família destes jovens que estão presos. Nosso objetivo aqui hoje é questionar o formato, a condução desta identificação destes jovens, a prisão e a maneira como está conduzido o processo. A família tem testemunhas que os jovens estavam em locais diferentes no horário que aconteceu o crime. Um deles estava trabalhando no enchimento de uma laje em uma obra e os outros dois estavam em um culto numa igreja evangélica com mais de 40 pessoas. Pelo que nós sabemos é impossível às pessoas estarem ocupando dois lugares ao mesmo tempo”, indagou Sônia Maria de Freitas, membro do grupo “Solidariedade a Família dos jovens Prudente Magalhães” e coordenadora do programa de Igualdade Racial da Prefeitura, salientando que os irmãos que moram no bairro Fazenda da Barra III, têm residência fixa, sendo dois trabalhavam com carteira assinada na época do assalto e todos apresentaram testemunhas que afirmam que eles estavam em outros locais no momento do crime.
“Mesmo assim não houve relaxamento da prisão e os jovens estão aguardando o julgamento presos. Um dos apontados pela testemunha, o mais velho dos irmãos dos jovens, está preso e não poderia ter participado do crime. Já o outro, mais jovem, estava trabalhando como jardineiro numa residência no momento do assalto. O fato foi comprovado por uma câmera instalada na casa onde trabalhava e as imagens apresentadas na Delegacia pelo próprio patrão do jardineiro”, completa.
CONTRADIÇÕES
Já o advogado Sebastião de Oliveira, lembrou que além das contradições apontadas, o produto do roubo não foi encontrado com os jovens acusados. “Mesmo sem provas eles continuam aguardando o julgamento presos, o que é inaceitável não só do ponto de visto jurídico como também humanitário, porque essa prisão pode causar danos irreparáveis nesses cidadãos”, enfatiza o advogado.
A irmã dos jovens, Vânia Prudente Leite, está confiante que eles sejam liberados na primeira audiência que acontece nesta quinta-feira. “Pra mim tudo o que está acontecendo é racismo e preconceito. As imagens da gravação do interior da loja no dia do assalto são diferentes com as deles devido às estruturas físicas. Todo o processo tem uma série de erros, ainda mais pelo fato de só escutarem as testemunhas de acusação e não as de defesa dos meus irmãos. Por tudo isso, eu creio que meus irmãos serão liberados esta semana”, comentou Vânia.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Civil para comentar o caso, mas ninguém quis falar no assunto.
Fonte:http://avozdacidade.com/site/noticias/policia/48015/

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