Sandro Ritton, atual presidente da Câmara de Resende, caminha para se consolidar como um dos nomes mais cotados da cidade para disputar uma vaga na Alerj em 2026. Com dois mandatos bem avaliados como vereador e no terceiro com uma presidência marcada por estabilidade política e articulação institucional, Ritton ganhou musculatura dentro do cenário municipal. Mas o que realmente acendeu o sinal verde para seu projeto estadual foi o alinhamento — cada vez mais visível — com o atual governo municipal e com o ex-prefeito Diogo Balieiro Diniz, que deve disputar uma vaga como deputado federal.
Ritton representa o perfil técnico-político: um empresário que não se furta ao diálogo e que tem buscado manter a Câmara funcionando sem atritos desnecessários com o Executivo. Sob seu comando, o Legislativo deu visibilidade a pautas importantes, como a valorização dos servidores aposentados e o incentivo à cultura — sinalizações de que sabe como construir capital político com base em entregas sociais. Além disso, carrega o peso simbólico de administrar o legado do pai, o saudoso ex-vereador Bira Ritton, respeitado em Resende por sua trajetória de trabalho e firmeza.
Com uma base eleitoral já consolidada e o apoio de parte expressiva dos vereadores da cidade, Sandro se fortalece como um nome viável para alçar voos mais altos. No entanto, a palavra final sobre sua candidatura deve vir de Diogo Balieiro — uma figura que, mesmo fora do cargo, segue com influência decisiva sobre os rumos políticos da base governista. Segundo fontes, foi o próprio Diogo quem alimentou a ideia da pré-candidatura de Sandro. E, segundo o próprio Sandro, ele não voltará atrás, pois "não tem nada a perder".
Contudo, há um obstáculo interno que não pode ser ignorado: o atual vice-prefeito de Resende, Davi do Esporte, também mira uma vaga na Assembleia Legislativa. Carismático e presente nas comunidades, Davi tenta se posicionar como o nome mais popular do grupo, apoiado no trabalho social e esportivo que desenvolve há anos. Enquanto Ritton representa o equilíbrio, a institucionalidade e a interlocução entre os poderes, Davi aposta no apelo direto ao povo, na simplicidade do discurso e na força do corpo a corpo.
A questão é que, internamente, Davi enfrenta resistência de alguns aliados, que dizem não querer abrir mão do cargo de vice-prefeito — especialmente após Resende ter perdido seu deputado estadual para ganhar um prefeito, Tande Vieira. “Perdemos um deputado para ganhar um prefeito; agora corremos o risco de perder um vice-prefeito. Acho que o grupo pode se fortalecer mantendo os cargos, e não abrindo mão deles”, afirmou um integrante do governo que pediu para não ser identificado.
Essa dualidade — o institucional versus o popular — pode provocar uma divisão na base aliada. E aí entra o papel estratégico de Diogo, que terá que arbitrar esse embate e escolher qual nome estará apto a carregar sua bandeira estadual, enquanto ele próprio busca espaço na Câmara Federal.
Uma pesquisa informal (sem metodologia técnica) realizada em um perfil político no Instagram mostrou Sandro empatado com Renan Marassi, ex-candidato a prefeito e também possível candidato a deputado estadual. Já Davi apareceu em terceiro na preferência dos seguidores da página.
No fim das contas, a possível candidatura de Sandro Ritton é forte e bem estruturada, mas não está livre de desafios. Se terá ou não o endosso definitivo de Diogo, ainda veremos. O que é certo é que Resende está prestes a assistir a uma disputa interna que poderá redesenhar não só a representação da cidade na Alerj, mas o próprio futuro político do grupo que governa a cidade há quase uma década.
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