Quando foi
eleito em 2018, Jair Bolsonaro já era polêmico e foi eleito exatamente por
isso. Naquele momento o país precisava de alguém que peitasse o sistema após
todos os escândalos de corrupção que apareceram nos anos anteriores. Mesmo não
sendo a alma mais honesta do mundo Bolsonaro acreditou em si. O então deputado
federal Jair Bolsonaro foi de chacota nas entrevistas do Pânico na TV à mito
carregado nos ombros por onde ia e venceu as eleições contra Fernando Haddad,
que aceitou a missão de “ser” Lula, mas não foi. Haddad até conseguiu um bom
holofote, mas nada impediria Messias de chegar ao poder naquele momento, nem
mesmo uma tentativa de assassinato com a famosa facada fui suficiente, aliás,
acredito que ela foi determinante, já que tirou Bolsonaro de circulação e o
mito cresceu justamente por não poder falar muito e ir aos debates, mas fato é
que Bolsonaro não teria tido dificuldade de ser reeleito se não falasse tanto o
que pensa sem filtro. A diferença foi tão pequena, que se ele tivesse filtrado
mais suas palavras durante a pandemia, nem mesmo Lula tiraria sua reeleição. A
estratégia de dar entrevistas quase que diárias, sendo apertado, muitas vezes
com “pegadinhas e acusações” foi o calcanhar de Aquiles de Bolsonaro. A
expressão “o peixe morreu pela boca” poderia muito bem ter nascido ali. Isso
fez toda a diferença.
Em 2018 Lula
estava preso e fora da disputa eleitoral, mas sabia que não poderia ficar de
fora da “corrida” eleitoral, então pediu ao amigo Fernando Haddad e foi
atendido para representá-lo e fazer com que o nome de Lula estivesse vivo na
memória do povo para retornar ao poder, como de fato deverá acontecer com a sua
vitória em segundo turno nesta semana. O mito agora é Lula, que foi preso,
condenado, teve seus processos anulados, ficou elegível e voltou nos braços do
povo que o seguia e os que são contra Bolsonaro. Não houve espaço para terceira
via e o Brasil saberia que não haveria.
A vitória de
Lula trouxe algo inédito ao país, onde presidente e ex-presidente tiveram um
embate direto, literalmente dividindo o país ao meio. Infelizmente, nem os mais
otimistas acreditam que o Brasil se unirá tão cedo. Nem título do Flamengo (a
maior torcida do país), nem um possível título da Copa do Mundo, nem datas
festivas, nem carnaval, enfim, nada fará com que o “nós contra eles” termine
tão cedo. A missão de Lula é amenizar os possíveis estragos que a divisão pode
causar na economia do país e tentar evitar os erros que o levaram a prisão e
mergulharam o PT em um símbolo da corrupção, aliás o partido só permanece
grande, porque Lula é maior que ele, assim como Brizola era maior que o PDT. O
que será do Partido dos Trabalhadores na era pós Lula é história para outro
artigo, mas adianto que esse mandato será decisivo para isso, ou o PT emerge de
vez, ou seu futuro será uma fusão para mudar de nome e assim apagar a mancha na
história.
Ainda sobre a
eleição, Jair Bolsonaro errou na escolha do vice, acredito que o nome de Braga
Netto reforçou sua identidade junto ao eleitorado, mas ninguém deixaria de
votar nele por conta do seu vice, afinal, o “mito” é o presidente. Caso
Bolsonaro tivesse feito uma composição com algum partido ou personalidade, ou
ainda mais, tivesse convidado alguém que representasse o Nordeste, traria
possivelmente, os votos que necessitava para a vitória, mas furar a própria
bolha era algo que ele tentaria muito tarde. A falta de uma terceira via
grande, papel que seria de Ciro Gomes, Simone Tebet ou qualquer outro impediu
que os contra Bolsonaro vissem como única alternativa votar em Lula para
impedir o retorno do capitão. Muitos eleitores queriam Ciro, Simone ou qualquer
outro nome, mas a falta de fermento na pré-campanha e durante a campanha não
fez o forno eleitoral esquentar.
Lula venceu,
sim! Venceu e coloca de vez seu nome na história do mundo como o presidente de
3 mandatos em um país democrático. Resta esperar o final dessa história para
sabermos se ele conseguirá apagar, ou amenizar suas más escolhas do passado,
afinal alguém que permaneceu 580 dias preso, acreditando estar inocente deve
ter muito guardado dentro de si. Bolsonaro perdeu, sim! Perdeu, mesmo com números
da economia a seu favor e tendo enfrentado o pior momento do país e mundo,
durante a pandemia. Caso Bolsonaro não volte ao poder no futuro, na real, nunca
saberemos como seria o seu governo de fato, já que a pandemia não deixou
ninguém em qualquer parte do mundo, governar em paz. O que fica é a falta de
tato e filtro de um presidente que “errou” ao ser ele mesmo depois das
eleições.
Leandro
Resende
Foi escanxaradamente roubo nas urnas . As manifestações anteriores com Bolsonaro comprovaram a reeleição dele. Indignação com um ladrão governar o nosso País
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirExcelente Leandro 👏🏻
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