domingo, 13 de janeiro de 2013

Resende e Itatiaia sofrem com transtornos causados pelas chuvas


A constante chuva que vem caindo desde a última quinta-feira na região tem provocado inundações, deslizamentos de terra em estradas e alagamentos. Em Itatiaia o dia foi de trabalho para moradores e comerciantes de Penedo.
O motivo foi o transbordamento do Rio das Pedras ocorrido no início da noite de quinta que acabou inundando casas e estabelecimentos comerciais. Os trechos mais afetados com a enchente foram as Avenidas das Mangueiras, principal do bairro e a do Brasil, no Formigueiro. Também ocorreram deslizamentos de terra em algumas áreas do bairro África. Já em Resende, aconteceram alagamentos nos bairros Jardim do Sol, onde o Rio Pirapitinga, na altura da Chácara São Januário, transbordou. Já no distrito de Engenheiro Passos, localizado a cerca de 30 quilômetros da área urbana da cidade o córrego Água Branca, também encheu e atingiu dois conjuntos habitacionais da Cohab. Parte do tráfego da Rodovia Presidente Dutra também ficou interditado por mais de três horas causando engarrafamento de mais de 10 quilômetros nos dois sentidos das pistas, na altura do quilômetro 330. Apesar dos contratempos, não houve nenhuma vítima e nenhuma família ficou desalojada nos dois municípios.
O temporal da última quinta-feira acabou provocando o transbordamento do Rio das Pedras, que corta boa parte de Penedo. A água atingiu a meio metro de altura na Avenida das Mangueiras. Por ser mais baixo, na Avenida Brasil, a água chegou até 90 centímetros de altura. Durante todo o dia de ontem, funcionários da secretaria de obras da Prefeitura de Itatiaia estavam trabalhando na retirada de entulho e lixo que ficaram espalhados pelo trecho que é cortado pelo rio e em vários pontos de deslizamentos de terra no município. “Estamos desde cedo percorrendo várias áreas de Penedo recolhendo entulho, barro e lixo que ficaram espalhados com a enchente. Até agora não paramos nem um minuto, pois queremos limpar as ruas o mais rápido possível”, disse o operador de máquina da prefeitura que não quis se identificar.

Comerciantes e moradores contabilizam prejuízos

Para os comerciantes e moradores do bairro o dia foi de muita limpeza e de contabilizar os prejuízos. A proprietária de uma padaria localizada na Avenida Brasil, no bairro Formigueiro, contabilizou um prejuízo de mais de R$3 mil. “A inundação foi tão rápida que só deu tempo para meu marido, minhas duas filhas e um funcionário correrem para levantar as máquinas que estavam dentro da padaria. A correnteza da água estava forte que uma geladeira ficou boiando aqui próximo ao caixa. A água subiu uns 70 centímetros dentro da padaria que já fica em um nível mais elevado da rua. Imagina em outros locais que é mais baixo aqui na rua”, disse a comerciante Lena Barros, contando que perdeu parte do material para fazer pão, frios, além de um saco de moedas. “Perdemos três sacos com 75 quilos de farinha de trigo, 20 quilos de açúcar, peças de frios que estava na geladeira que ficou boiando na água, além de moedas que estavam em um saco que saíram boiando na hora da enchente. Mas graças a Deus não aconteceu nada de mais grave”, comentou aliviada Lena.
Desolada, a comerciante Ilma de Jesus Barbosa, acompanhava o eletricista que verificava as máquinas de lavar e as passadeiras de sua tinturaria. “A água atingiu uns 70 centímetros dentro da lavanderia. Quatro das oito maquinas de lavar que são chumbadas no chão ficaram submersas na água. A passadeira que pesa mais de 300 quilos não deu para ser levantada e todo o tecido que a reveste ficou molhado. Até as roupas dos clientes de hotéis, empresas e particulares ficaram sujas de lama. As peças se misturaram e eu não sei de quem é”, comentou Ilma, que durante o dia de ontem esperava o eletricista dar um parecer sobre os equipamentos. “Não sei nem quando vou abrir. Vou esperar ele verificar tudo para saber se queimou ou não. Por dia estou tendo um prejuízo de mais de R$2 mil”, lamentou.
“Esta enchente foi igual a de 2002 quando a água veio com uma força tremenda arrancando tudo pela frente. Ainda tentei salvar alguma coisa  mas só deu tempo de correr e pegar minha filha de quatro anos que estava na sala”, contava a dona de casa Ivete Levindo, que teve prejuízos com moveis, roupas e parte da alimentação. “Os móveis estão todos encharcados e as roupas estão todas molhadas. Trabalhei até 3 horas da manhã limpando a casa e hoje já acordei cedo para continuar a faxina”, completou.

Chuva provoca alagamentos e deslizamento de encostas em Resende

Também na noite de quinta-feira um temporal provocou alagamentos nos bairros Jardim do Sol, onde o Rio Pirapitinga, na altura da Chácara São Januário, também transbordou. Já no distrito de Engenheiro Passos, localizado a cerca de 30 quilômetros da área urbana da cidade o córrego Água Branca, também encheu e acabou atingindo dois conjuntos habitacionais da Cohab. Além disso, parte do tráfego da Rodovia Presidente Dutra, na altura do quilômetro 330 ficou interditado por mais de três horas causando engarrafamento de mais de 10 quilômetros nos dois sentidos da pista.
Na a manhã de ontem, a secretaria de Assistência Social do município percorreu áreas afetadas de Engenheiro Passos e da Chácara São Januário, para avaliar a situação das famílias. No Jardim do Sol, pelo menos oito casas foram alagadas pelas águas do Rio Pirapitinga, que subiu cerca de um metro a partir do nível da rua. Já em Engenheiro Passos, seis residências foram atingidas com a cheia do Córrego Água Branca. Segundo técnicos da Defesa Civil, a água esteve pelo 30 centímetros acima do nível da rua. “Nós distribuímos material de limpeza e mantimentos para as famílias que tiveram suas casas alagadas. Para isso, estamos fazendo um cadastro de todas as pessoas atingidas e um levantamento da situação”, explicou a secretária de Assistência Social, Marly Ceccoline Cortona.
Já as secretarias de Obras e de Agricultura e Pecuária também foram mobilizadas para ajudar no atendimento. Segundo o secretário de Obras, Rubens Almada, a cheia do Córrego Água Branca danificou três passarelas de pedestres, que foram interditadas. O órgão já está atuando para liberar o acesso e espera resolver o problema até a próxima semana.
A chuva também causou o deslizamento de encostas em vários pontos de estradas rurais da cidade, entre elas na Fumaça, Serra do Eme, Vargem Grande, Bulhões, Boca do Leão, Serrinha do Alambari e Visconde de Mauá. Durante todo o dia de ontem máquinas como retroescavadeiras e pá carregadeiras, estavam atuando na desobstrução desses trechos das estradas, com o apoio de caminhões para o transporte do material retirado. Ao todo 25 operários foram enviados para a execução dos serviços. “Estamos atuando no sentido de evitar que essas estradas fiquem interditadas. Até esta tarde o tráfego na Serra M, que dá acesso a Visconde de Mauá, o tráfego está liberado apenas para carros de passeio. Mas em cada um destes pontos atingidos estamos mantendo uma máquina em caso de novos desmoronamentos”, informou o secretário de Agricultura e Pecuária, Miguel Dias.

Via Dutra para pela segunda fez em 14 anos

As duas pistas tanto do sentido São Paulo como Rio, na altura do quilômetro 330 da Rodovia Presidente Dutra ficaram interditadas por mais de três horas na noite de quinta-feira. A interdição foi feita pela Concessionária NovaDutra, que administra a rodovia, por medida de segurança, uma vez que as águas do córrego Água Branca, que transbordou invadiram as pistas. Com isso, houve um engarrafamento de mais de 10 quilômetros. No entanto, não ocorreu nenhum acidente no trecho da enchente.
Esta foi a segunda vez em 14 anos que o transbordamento do córrego causou a paralisação das pistas da rodovia. No final do ano de 1999 também ocorreu a enchente. Naquela época, vários veículos que trafegavam pelo local foram surpreendidos pelas águas. Em pânico, muitos motoristas abandonaram os carros nas pistas, sendo que alguns deles chegaram a ser carregados pela correnteza. “Ainda bem que desta vez a NovaDutra fechou a rodovia para evitar acidentes como aconteceu em 99. Na época eu fiquei no engarrafamento e vi a correria das pessoas quando a água invadiu a pista de sentido São Paulo. Por pouco não acontece algo pior”, disse o aposentado, Alcides José Freitas.

Municípios das Agulhas Negras não registram ocorrências

AGULHAS NEGRAS

A frente fria que atinge o estado do Rio desde a quarta-feira com temporais e queda de temperatura deve se dissipar somente no domingo, segundo informações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE). Até o fim da tarde de ontem o clima instável, que já havia gerado transtornos em Resende e Itatiaia, deixou as administrações de Quatis e Porto Real em estado de alerta contra sinistros. Apesar das graves ocorrências no município resendense e no bairro de Penedo, as outras cidades da região das Agulhas Negras apenas monitoram as áreas de risco.
Em Quatis, segundo a secretaria de Ordem Pública, não há relatos de transtornos referentes aos temporais. “Estamos monitorando todo o perímetro urbano e da área rural. A situação é tranquila até o momento. Houve uma tromba d’ água na entrada de Floriano, no início da semana, sem gerar problemas e já estávamos de prontidão. O novo governo está se consolidando, mas a cidade está em paz quanto às chuvas”, afirmou José Roberto da Silva, secretário de Ordem Pública, pasta responsável pelos setores da Guarda Municipal e Defesa Civil. “Estamos circulando com a Guarda Municipal e na região rural a situação é tranquila. Em razão da frente fria na região redobramos a atenção. Contamos com o apoio da Guarda Municipal no monitoramento de áreas preocupantes, com um total de 40 homens envolvidos em situação de alerta, além da Defesa Civil. Torcemos para que siga assim, afinal estamos suscetíveis aos fatores da natureza”, informou.
Na cidade vizinha de Porto Real as chuvas de verão não provocaram transtornos, segundo informações da Defesa Civil. Por intermédio da Assessoria de Comunicação, o órgão relatou que realiza o monitoramento de áreas consideradas propícias a problemas durante as chuvas e que, felizmente, até ontem nenhum problema referente às chuvas fora relatado na cidade. Em Porto Real a Defesa Civil pode ser acionada pelo telefone 3353-1245.



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