Na entrevista concedida ao Renova Resende Noel de Carvalho, como sempre, contou várias histórias. Listei algumas e passarei a publicá-las.
Considerações iniciais:
Noel de Carvalho: A minha cabeça sempre foi muito suprapartidária. As pessoas dizem: Mas Noel, você é do PMDB? E eu respondo: Sou! Sou do PMDB do Sarney, do Renan Calheiros, do Jader Barbalho. Não sei que é do DEM, do mensalão do DEM. Mas todos os partidos tem os seus defeitos e as suas qualidades. Portanto eu gosto muito dessa ideia suprapartidária. Os partidos tem o seu papel. Pode parecer uma contradição o que eu estou dizendo aqui, quando afirmo isso, porque eu sou um democrata por temperamento e por convicção. E o democrata tem que acreditar que a democracia só é forte quando existem partidos fortes, mas infelizmente nosso sistema partidário ainda é complicado. Portanto essa ideia de existir um comitê suprapartidário está na minha cabeça frequentemente. Isso com certeza vai fazer bem para a população de Resende e ajudar a melhorar a vida de quem vive aqui. Peço desculpa pelo atraso, estava resolvendo um problema e eu sou uma pessoa que me apego muito aos problemas dos outros. Eu passo na estrada e se tiver alguém precisando de ajuda, eu paro e daqui a pouco eu estou num hospital, eu estou num necrotério, daqui a pouco eu estou na casa da família dando a noticia do falecimento de alguém. Mas é meu jeito de ser. Eu não consigo fugir dos problemas. Aprendi isso desde muito criança com meu pai, recebendo um telefonema às duas horas da manhã e do outro lado da linha um cara completamente bêbado dizendo: “ô moço. O cara vai morrer aqui. tá sangrando. Vai morrer, vai morrer”. Meu pai dizia: “mas morrer quem? Onde?” e o cara só repetia isso e papai não sabia direito o que o cara tentava dizer. Ele ficou meia hora ali tentando extrair uma informação. Baseado em informações partilhadas, papai conseguiu ter uma ideia de onde era. Então ele desligou o telefone, se vestiu. Eu me vesti e fui com ele. Pegou o carro e saímos. Batemos em várias casas. As pessoas ficaram zangadas, porque era de madrugada. Acordávamos as pessoas erradas, mas conseguimos achar a casa onde tinha alguém que estava sangrando e iria morrer se não tivéssemos chegado até lá. Socorremos a pessoa levamos até o hospital e a pessoa não morreu. No dia seguinte eu comente com o papai. “Papai, qualquer ser humano normal no meio da conversa teria tido para o cara ligar quando ele melhorasse do porre e desligaria o telefone”. Aí papai disse: “Meu filho, quando temos uma responsabilidade pública não basta ter a capacidade de compreender o outro. Você tem que ter a capacidade de sentir a dor do outro e sofrer junto com ele. Se alguém chegar pra você e te disser, eu estou com uma dor aqui no peito. Essa dor tem que doer no teu peito, porque é isso que te move na direção de buscar uma solução”. Aí eu registrei isso e a minha vida é assim. Qualquer problema dos outros passa a ser meu problema também. As vezes eu não dou conta, mas eu consigo lutar muito pra tentar resolver e atenuar a dor do outro e diminuir esse sofrimento.
Palavras de Noel de Carvalho em Entrevista ao Renova Resende
Transcrita por Leandro Resende
Noel é um contador de historias realmente, mas quem é que não gosta de ouvi-lo?
ResponderExcluirEu adoro
È sempre bom ouvir a voz de um apaixonado por Resende,Parabéns Noel, Resende precisa de você!!
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