O crescimento econômico de Resende e a entrada de novas indústrias no município têm contribuído para o aumento da população residente na cidade, e o mercado imobiliário se movimenta. Com a junção desses fatores, tem-se a necessidade da prefeitura intervir na organização do espaço urbano, de forma a ordenar este incremento.
De acordo com o secretário de Habitação de Resende, Paulo Roberto Dionizio, foram iniciadas as obras de construção das 240 moradias financiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. O empreendimento no bairro Morada da Barra tem 15 meses para estar concluído. Segundo o secretário, está em fase final a negociação da construção de 616 casas no bairro Parque Minas Gerais, também com verba federal. Em julho serão entregues 30 imóveis com recurso do FNHIS (Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social). A prefeitura realiza um cadastramento para que a população possa se inscrever no Minha Casa Minha Vida. Alguns pré-requisitos são considerados para a participação, como situação econômica e não ser proprietário de outros imóveis ou terrenos.
Apesar do número de obras, os empreendimentos não atendem a demanda do município. Segundo Dionizio, na inscrição realizada para o ano de 2010, foram 8.600 cadastrados.
- Após as inscrições, uma assistente social verifica a veracidade das informações. O objetivo é empreender obras que garantam uma casa para as pessoas de baixa renda. Sabemos que o número de imóveis ainda é pequeno comparado à demanda - disse.
Aumento na procura
Segundo a funcionária de uma imobiliária no bairro Campos Elíseos, Saville Freitas, a procura por imóveis para locação aumentou cerca de 30%. Dez pessoas procuram diariamente a imobiliária, em média, a fim de conseguirem uma casa ou apartamento para alugar. Segundo ela, isto tem sido observado desde o início do ano, e seria atribuído ao número de pessoas de outras cidades que vêm para Resende a trabalho.
- Antes recebíamos possíveis clientes no início do mês, e com o passar dos dias a procura diminuía. Agora vivenciamos uma realidade totalmente diferente, no decorrer de todo mês temos uma procura significativa - contou.
Se o contingente habitacional tem aumentado com pessoas de fora de Resende, algumas imobiliárias já estão modificando a política contratual para atender a esta demanda.
- Este tem sido o diferencial para atrair o público que vem trabalhar ou estudar. Fica complicado exigir que alguém que acabou de mudar para a cidade tenha como apresentar um fiador daqui. Por isso, passamos a aceitar avalistas de outros municípios - disse.
Ao contrário da experiência de outras cidades da região - onde a oferta de imóveis disponíveis para locação e venda não atende a demanda -, Resende ainda não enfrenta, segundo as imobiliárias, a escassez de imóveis para oferta.
- No momento temos vários imóveis de características e preços diversos. A preferência de quem procura uma moradia para locação tem sido pela região central de Resende - disse.
Organização do espaço
Segundo o secretário de Urbanismo e Arquitetura de Resende, Ton Kneip, os bairros localizados na região leste do município se constituíram de forma desordenada. Já a parte oeste, onde está uma das localidades mais populosas da cidade - a região do Grande Alegria - estaria se formando, segundo a prefeitura, de maneira mais ordenada. Conforme lembrou Ton, Resende apresenta a particularidade de ser cortada pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), pelo Rio Paraíba do Sul, pela ferrovia e por ter uma grande área onde está localizada a AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), que ocupa uma área que representa quase o dobro do território de Porto Real.
- No Centro, temos alguns vazios urbanos, terrenos bem localizados, mas que os proprietários, na maioria das vezes, não apresentam interesse em construir nestes espaços - disse.
Conforme destacou Kneip, o bairro Monet tem se valorizado, com a construção de prédios e pela estrutura urbana da localidade.
De acordo com o secretário, a prefeitura tem trabalhado no intuito de aumentar o número de equipamentos urbanos nos bairros mais distantes do Centro. Outro projeto visa criar vias de acesso direto destas localidades à região central, sem que a população tenha que trafegar pela Dutra.
- Sabemos do transtorno que representa para a população se deslocar para ter acesso a serviços como bancos. A ideia é aumentar a estrutura de cada bairro e criar "artérias de acesso" - ressaltou.
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