quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Indústria registra queda nos postos de trabalho


O número de postos de trabalho em indústrias na região está em declínio. De acordo com os dados do Caged, a região do Médio Paraíba Fluminense (Volta Redonda, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende e Rio Claro) perdeu 719 vagas entre janeiro e agosto deste ano. A situação é mais delicada ainda nas cidades onde prevalece o setor automobilístico da região - Resende e Porto Real - que juntas somaram 913 desempregados.
Durante o ano, as montadoras da região - PSA Peugeot Citroën, em Porto Real, e MAN Latin America, em Resende, apresentaram números ruins em suas vendas e isso se refletiu na redução de pessoal.
A montadora francesa fez pequenos cortes, mais constantes, enquanto a alemã, realizou uma grande redução de pessoal em maio, cortando cerca de 400 postos de trabalho. Encerrando o terceiro turno de produção, a empresa estaria considerando a possibilidade de fazer novas demissões.

Entendendo a situação

A MAN Latin America atravessou um momento de dificuldade para todo o seu setor, que teve de se adaptar a uma legislação ambiental que obrigou a produção de veículos mais caros e que usam um combustível também que geram mais custos - e que, para piorar, ainda não está disponível em grande parte dos postos de abastecimento.
Isso se juntou ao momento econômico ruim e fez com que a montadora fechasse o primeiro semestre deste ano com vendas de 21.955 caminhões e 3.778 ônibus, contra 25.220 caminhões e 5.415 ônibus no mesmo período do ano passado. A queda no segmento de caminhões foi de 12,90% e no de ônibus, 30,20%.
Já a PSA Peugeot Citroën, sofreu com a crise na Europa e teve que fazer oito mil demissões na França, seu país de origem, e fechar a fábrica que mantém atualmente perto de Paris. Foi o primeiro fechamento de uma fábrica de automóveis de grande porte na França em vinte anos.
Com isso, a montadora enfrentou a redução em suas vendas, mas no meio do ano o setor de automóveis já mostrava sinais de recuperação. A montadora francesa teve 63.191 emplacamentos no primeiro semestre deste ano, contra 82.759 no primeiro semestre do ano passado - uma redução de 23,6%. No entanto, a empresa teve 14.080 emplacamentos em junho, uma alta de 51,5% sobre os 9.292 de maio.

Crescimento pouco expressivo

Além da redução no número de postos de trabalho, a região teve um crescimento pouco expressivo, com 338 empregos gerados. Os municípios que apresentaram aumento na quantidade de empregos na indústria foram: Volta Redonda, Itatiaia, Pinheiral e Rio Claro, sendo que em Rio Claro esse aumento foi quase inexpressivo com apenas quatro vagas.

Otimismo

Apesar do panorama nada animador nos últimos meses, aparentemente, a situação deve começar a melhorar e o mercado da indústria aumentar as contratações.
Em matéria publicada na Agência Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou os números da produção industrial e se mostrou otimista com a melhoria do setor.
- Agora, o crescimento começa a acelerar e vai nessa direção até o final do ano - falou.
Na avaliação do ministro, o período de maior debilidade para a indústria já passou.
- Estamos deixando para trás a condição pior para a indústria. A indústria teve um primeiro semestre fraco, porém ela já está dando sinais de reação a vários elementos - disse.
Mantega afirmou que a recuperação da produção da indústria - que cresceu 1,5% em agosto ante julho, acumulando o terceiro mês consecutivo de alta - é consequência das medidas de estímulo adotadas pelo governo, entre outras, para a desoneração da folha de pagamento e a depreciação do câmbio, esta com o objetivo de favorecer as exportações.
- A demanda está aumentando gradualmente. Há, portanto, aumento de consumo de bens industriais. Em segundo lugar, a exportação de manufaturados também está aumentando, graças às medidas de câmbio mais favorável e desoneração - comentou.

Resultados revelam sinais de recuperação

Para o presidente regional da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Henrique Nora, a expectativa é que com o aumento nas vendas da indústria no estado do Rio, haja a recuperação gradativa. Ele se mostrou otimista, e até se brincou com uma qualidade necessária a empresários e empreendedores, o otimismo.
- A gente já nota uma melhora. Só nos mês de agostou houve um crescimento das vendas da indústria fluminense, de 4,4% em agosto - em comparação com julho, a maior alta do ano. E as horas trabalhadas também cresceram, mas não é o suficiente para recuperar o período em baixa da indústria. A gente acredita que mantido esse ritmo, se as vendas continuarem a crescer é natural a recuperação, e a indústria pode se recuperar em relação à queda dos postos de trabalho, mas é um processo gradativo e que demora, não acontece de forma brutal - falou.
- Estamos otimistas, já que é uma característica essencial para qualquer empresário ou empreendedor. Se eu não acreditar no meu produto e ser otimista em relação a conquista de melhores resultados fica difícil se manter no mercado - divertiu-se, mostrando esperançoso na melhoria.


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