O Rio Sesmaria, manancial afluente do Rio Paraíba do Sul com nascente entre São José do Barreiro e Arapeí (SP) e deságue em Resende, é tema de nova polêmica na Câmara de Vereadores. Em 2010 e 2011 o rio foi alvo de trombas d’água oriundas de São José do Barreiro (SP) alagando diversos imóveis na zona urbana resendense.
Para o vereador Tiago Forastieri (PSC), a proximidade do período das chuvas fortes e a interrupção das obras de contenção rio o parlamentar pode gerar novos transtornos. Por isso, apresentou requerimento para que a Agência de Meio Ambiente de Resende informe sobre as obras de prevenção no manancial iniciadas em novembro de 2011 e suspensas em fevereiro de 2012. Na ocasião, o Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública sobre os serviços no rio. Forastieri questiona o órgão sobre a elaboração do planejamento ambiental e do estudo hidrológico, cuja inexistência motivou a paralisação das obras. Segundo o vereador, o Ministério Público Federal aguarda o encaminhamento destes documentos, visando analisar a retomada dos trabalhos.
O vereador anunciou que pretende requerer a realização de mais uma audiência pública sobre o Rio Sesmaria para debater com a população e segmentos organizados da sociedade a situação atual do rio e os riscos de novas inundações.
Recentemente ele esteve com a Marilene Ramos, presidente do Instituto Estadual do Ambiente conversando sobre a interrupção dos trabalhos junto do prefeito José Rechuan (PP), do secretário municipal de Obras, engenheiro Rubens Almada e da procuradora da República em Resende, Izabella Brant. “A reunião discutiu novas medidas no sentido de se encontrar uma solução para que as obras de prevenção sejam retomadas o mais breve possível, tendo em visto o verdadeiro clima de pânico que já domina as famílias residentes às margens do Rio Sesmaria”, afirma Forastieri, que é o primeiro secretário da mesa diretora da Câmara Municipal e presidente da Comissão Permanente de Turismo, Defesa do Meio Ambiente e Assuntos Rurais, da qual fazem parte também os vereadores Romério (PMDB), Olímpio (PCdoB) e Davi é 10 (PRB).
Para diminuir as possibilidades de novos transtornos, o governo municipal firmou na época um convênio no valor de aproximadamente R$ 5 milhões com o Ministério da Integração Nacional para a realização de obras de dragagem, drenagem, contenção e pavimentação dos bairros e margens do rio. Desde então, cinco muros de contenção foram construídos ao longo do trecho de Resende, cada um medindo entre 100 e 250 metros extensão por aproximadamente três metros de altura. Além disso, a prefeitura retirou mais de 1,6 mil caminhões de lixo e entulho depositado no fundo do manancial.
ÓLEO DIESEL
E se as chuvas poderão provocar novas inundações no Sesmaria, é fato que as águas tendem a contribuir para outro problema: a liberação de camadas ressecadas de óleo diesel, ainda que em pequenos volumes. Em 5 de maio, uma tentativa de furto de óleo diesel mal sucedida em reservatório da Petrobrás Transporte S/A (Transpetro), em São José do Barreiro (SP), provocou o vazamento de 49 mil litros do combustível atingindo o Sesmaria e, conseqüentemente, o Rio Paraíba do Sul.
Houve interrupção no abastecimento de cidades do Sul Fluminense pela impossibilidade de captar água poluída e a Transpetro, Inea e Agência de Meio Ambiente de Resende iniciaram trabalho de contenção.
A Transpetro enviou nota ao A VOZ DA CIDADE informando que está confiante no resultado da coleta de óleo realizada no manancial desde maio. A empresa explica ainda que o vazamento foi causado por uma ação de criminosos e segue monitorando o Sesmaria. “O plano de ação e monitoramento na região continua sendo realizado pela Transpetro, em comum acordo com os órgãos ambientais. A Transpetro investe permanentemente no aprimoramento do seu sistema de proteção dos dutos presentes em todo o Brasil. Uma das ferramentas é o Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO), que funciona de acordo com os mais avançados padrões mundiais do setor. Foi o CNCO que bloqueou imediatamente após a ação dos criminosos a movimentação do óleo diesel no duto”, informa a nota.
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