alerta de spoiler
sobre a história que não contam na escola
O ano é 1500 e de Portugal no dia 8
de março parte a maior frota formada até então com cerca de 1500 homens e treze
navios em busca de um novo desafio: Fincar duas bandeiras em solo brasileiro.
Duas bandeiras? Os portugueses sabiam que terras brasileiras existiam? Eles não
estavam indo para as Índias? Calma, eu explico cada indagação.
A
chegada de Cabral ao Brasil foi parte de uma cruzada conduzida pela Ordem de
Cristo, a sucursal portuguesa dos Templários.
Cabral era Cavaleiro da Ordem e praticamente
não tinha experiência em navegação quando D. Manuel, o rei de Portugal,
nomeou-o capitão-mor na missão. A presença de Pedro Álvares Cabral fazia-se
necessária porque só a Ordem de Cristo, uma ordem religiosa e militar autônoma
do Estado e herdeira da Ordem dos Templários, tinha autorização do papa para
ocupar os territórios tomados dos infiéis (nesse caso, os indígenas). A cruz
de Cristo estava
pintada nas velas da frota e os marcos traziam de um lado o escudo português e
do outro a Cruz de Cristo,
o estandarte da Ordem esteve
presente, participando das duas primeiras missas, concretizando assim sua conquista. Digo conquista porque
não foi um descobrimento e sim uma tomada de posse, já que os índios já viviam
aqui e provavelmente Duarte Coelho que era de extrema confiança do rei
D. Manuel descobriu o Brasil no final de 1498, mas acabou desembarcando entre o
Maranhão e o Pará, terras que de acordo com o Tratado de Tordesilhas de 1494
pertenciam à Espanha. Para não colocar tudo a perder quando retornou a
Portugal, o rei pediu que não contasse à ninguém sobre a descoberta. D. Manuel
então chamou Cabral para a missão que deveria alcançar o Brasil em outro ponto da
terra que pelo tratado pertencia a corte portuguesa, ou seja, não foram apenas
os ventos e o acaso que trouxeram Cabral até aqui. Há uma história pouco divulgada, ligando os misteriosos Templários à
descoberta do Brasil. Alguns acreditam que o Brasil já era mencionado em
escritos antigos, bem anteriores a 1500, nos quais já era sua localização
conhecida e o seu nome Brasil existente, que quer dizer algo semelhante a
"um raio que consagra a rocha sobre a qual se lança". Esta
denominação esconde uma explicação mística que contradiz a afirmação de que o
país foi assim batizado pela madeira de raro valor comercial que aqui fora
encontrada. Na realidade a madeira teria ganho esse nome, por ser reconhecida
como "pau do Brasil".
Mas dai você me pergunta: O que o
“descobrimento” do Brasil em 1500 tem a ver com a pandemia em 2021? Eu digo:
Tudo! O comportamento do ser humano é típico e natural desde sempre, passam-se
os anos e o comportamento é sempre o mesmo. Como relatei acima Pedro Álvares
Cabral não tinha muita experiência para tal feito, mas era membro da Ordem de
Cristo, condição importante para conquistar novos territórios. Hoje os reis
somos nós e continuamos escolhendo através do voto pessoas sem experiência para
trabalhos de extrema importância, como governar nossas cidades, estados e país,
simplesmente porque elas pertencem, achamos nós, a uma ordem que acreditamos
ser a correta salvação para a política.
No Rio de Janeiro
curiosamente, apesar de termos indícios de má administração de seus
antecessores, um outro Cabral (pertencente a ordem dos viciados em dinheiro
público) desencadeou a maior crise da história do Estado com desvios,
superfaturamentos e propinas que impactam e muito a atual situação do Rio.
Quanto dinheiro deixou de ser investido na saúde, educação e tantas outras
áreas para que luxos fossem mantidos ou conquistados? Escolhemos pela aparência
ou por achar que o próximo será o salvador da pátria, o messias ou até mesmo o
próximo rei que colocará o governo no rumo do desenvolvimento. A verdade é que
o fracasso, ou o pouco sucesso do país em combater a pandemia não está apenas
no colo do prefeito, governador ou presidente, mas passa e muito por nossa
responsabilidade (e não estou defendendo ou acusando ninguém) quando deixamos
de seguir as medidas de prevenção ao contágio como usar máscaras, álcool em
gel, evitar aglomerações ou até mesmo ficar em casa quando solicitado.
Não existem certos ou errados nesse
tempo. Todos nós temos nossa parcela de culpa. Seja quem minimiza, ou seja quem
por não concordar com resultados das eleições faz a politização do Covid-19 e
esse é o maior problema da pandemia em todo o mundo e isso não sou eu quem
digo. O próprio diretor geral da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Tedros
Adhanon disse isso e eu tenho que concordar. No caso do Brasil o presidente
fala uma coisa, governadores outra e prefeitos ficam no fogo cruzado tendo que
escolher um lado. Paralelo a isso tudo a população fica confusa, parcialmente
desamparada e sem saber o que fazer. “A economia a gente vê depois”, “melhor
baixa de CNPJ do que de CPF”, “é só uma gripezinha”, “a culpa não é minha” e
muitas outras frases que todos estão cansados de ouvir toda hora aparecem em
algum canto, seja para justificar ou para fazer chacota. Acontece que não dá
pra ficar pensando em dividir o Brasil quando estamos, todos, enfrentando um
inimigo em comum. O vírus não tem partido! Será que o Brasil só é capaz de
unir-se para eliminar indicados ao paredão pelo Big Brother? Acorda meu povo!
Estamos sendo saqueados durante a pandemia! Estão levando nosso dinheiro,
nossas vidas e nossa dignidade enquanto brincamos de rei. A situação é séria e
temos muito para consertar.
Acabamos de sair de um ano eleitoral
onde uns foram felizes nas escolhas e outros nem tanto, ainda atordoados pela
corrida eleitoral do ano passado já começamos a pensar nas eleições do ano que
vem. Política pra lá, ataque pra cá e vamos perdendo a batalha para um vírus
mortal. Assim como a Ordem de Cristo e os Templários queremos fincar nossas
bandeiras do “Ele não!” e do “Sou capitão 2022” cegamente sem ligarmos para as
vidas que estão nos deixando. Infelizmente grande parte das pessoas que falam
contra o presidente, citando as mortes, estão importando-se mais em atacar o
executivo, que com as vidas de João, Maria, Antônio ou José. Da mesma forma do
outro lado quem minimiza as mortes com ironias, gripezinhas, a culpa é do
governador não está preocupado com as vidas, mas apenas em defender cegamente
quem ele acredita que é salvador contra a galera de vermelho.
Temos que parar e pensar: Assim como
os portugueses já sabiam da existência das terras brasileiras, nós sabíamos da
segunda onda, sabíamos que nossa saúde estava sucateada, sabíamos que os roubos
estavam impactando em nosso mau atendimento no SUS e sabíamos que não era pra
politizar o problema, mas mesmo assim em vários cantos do Brasil fomos picados
pela síndrome de D. Manuel e elegemos pessoas despreparadas em sua maioria (não
estou generalizando, existem exceções) para levarmo-nos a “terra prometida”.
Que
tal a partir de agora fazermos um pacto? Vamos focar em acabar com a pandemia,
principalmente evitando aglomerações e seguindo as recomendações de saúde para em
seguida focar em mudar o país elegendo pessoas capacitadas e competentes para
conduzir os estados e o país como um todo para a retomada que tanto almejamos,
mas vamos fazer uma coisa de cada vez.
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