segunda-feira, 8 de março de 2021

O real motivo para Luciano Huck não enfrentar Bolsonaro em 2022

 foto: reprodução/tv Globo

Estava tudo indo bem, como em um grande roteiro de sucesso de uma novela da Globo, mas para dar mais emoção a estória, como em uma grande trama de Silvio de Abreu, duas situações impedem, por hora o anúncio oficial de que Luciano Huck (sem partido) é pré-candidato à presidência do Brasil em 2022.

Luciano Huck tem sido sondado e conversado com lideranças do DEM e do Cidadania, porém deve ser a Vênus Platinada a possível vencedora dessa disputa, isto porque como na política tudo muda, na programação da Globo também. 2020 foi um ano de superação e todos concordamos que 2021 seria bem melhor e sem surpresas, mas logo de cara fomos surpreendidos com o anúncio do fim da parceria Globo e Faustão. Faustão e a direção da casa não chegaram a um acordo em relação ao novo horário de seu programa, onde ele sairia das tardes de domingo e iria para as noites de quinta e ambos acharam melhor pela não renovação de contrato ao final deste ano. O futuro de Fausto que tem o horário mais nobre da televisão brasileira ainda é incerto, mas após 32 anos e milhões no bolso é possível que ele tire umas longas férias.

Voltando a Luciano Huck, com a saída de Faustão, todos na Globo concordam que o marido de Angélica seria o substituto natural, além de ser um sonho de qualquer apresentador em se tornar o “rei do domingo”. Para que Luciano antecipe a sua decisão da renovação de contrato (que chega ao fim em julho) está sendo montado um grande esquema de convencimento para fazer com que o dono do Caldeirão desista de entrar para a política de vez. Luciano já teria sido chamado para substituir com um salário fixo de mais de 3 milhões de reais, mais participação nos anúncios do programa. Claro que Luciano não precisa de dinheiro e esse valor apesar de bem alto, ainda mais pelo atual momento da emissora e do Brasil, não é a única conversa entre apresentador e emissora, mas 3 milhões, são 3 milhões. Nos bastidores, entre os comentaristas e cientistas políticos, comenta-se que o cenário eleitoral do ano que vem ainda está bem indefinido, mas com uma leve vantagem de Bolsonaro e ainda não se pode cravar um segundo turno entre o capitão e o PT, o que faz com que o cenário esteja bem aberto. A questão é Globo não quer correr o risco de perder, ainda mais para o presidente, que declaradamente é seu inimigo, mas a verdade é que uma derrota de Huck deixaria a Globo ainda mais fragilizada. Na casa dos Marinho a certeza de que Luciano seria o novo “rei do domingo” não deixa dúvida de que seria a oportunidade da emissora reerguer-se, uma vez que os ganhos com os patrocínios de domingo tem um impacto significativo na folha da ainda poderosa das comunicações. Por outro lado, com a instabilidade na política, muitos acreditam que Bolsonaro entrará o ano de 2022 mais enfraquecido do que este ano, mas é impossível saber se será o suficiente para que perca a eleição. Então a missão é convencer Huck a não trocar o sucesso certo nas tardes de domingo pelo incerto no Palácio do Planalto, o que arranharia a sua imagem e a da empresa dos Marinho.

Porém engana-se quem pensa que apenas a proposta da Globo é o motivo para que Luciano deixe de ser candidato. A decisão de um homem está fazendo Huck adiar o máximo esse anúncio, apesar de toda pressão de todos os lados. Sergio Moro (sem partido) apesar de não dizer publicamente é um forte candidato a ser pré-candidato à presidência da república e o único que está atualmente no mesmo patamar de Luciano Huck, ambos são populares, conhecidos nacionalmente e com um bom potencial já na largada. A questão é que Moro também pode estar esperando o desenrolar dos acontecimentos em relação as denúncias e o fim da Lava-Jato. Dependendo do andamento Moro pode ser enfraquecido, como alguém que ajudou a manipular as operações de forma errada ou ser fortalecido e sair como uma vítima da perseguição de um governo que quer sua cabeça e caso isso aconteça creio que a pressão será muito grande para que ele aceite o papel de protagonista. Com isso a decisão de Hulk pode estar muito ligada ao caminho de Moro, uma vez que Doria (PSDB), apesar do sucesso da vacina está ficando isolado, até mesmo dentro do próprio partido e vem perdendo a simpatia do povo. Com o enfraquecimento de Doria o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) passou a disputar a vaga com o governador de São Paulo, mas Leite tem contra ele ser um candidato “regional”, como dizem no meio político. Enquanto Luciano não decide seu futuro o DEM tem um plano B, o ex-ministro da Saúde, Luiz Mandetta (DEM), mas que abriria mão caso Huck fosse para o partido. Paralelo a isso temos os nomes de sempre, mas nenhum deles, segundo especialistas, chegam as sombras de Huck e Moro, ou seja, os dois podem decidir o resultado da eleição do ano que vem sendo candidatos ou não, pois caso não sejam, aumentam as chances do capitão Bolsonaro. É esperar pra ver se Luciano consegue segurar as investidas da Globo antes de saber sobre o futuro de Moro. 



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