quinta-feira, 17 de maio de 2012

Em entrevista ao Jornal A Voz da Cidade, Rechuan: "Minha resposta é trabalhar mais"

Foto Celso Sellmer



Surpreendendo muita gente, o prefeito José Rechuan (PP) venceu as eleições de 2008 em Resende por pouco mais de mil votos de diferença do ex-prefeito Silvio de Carvalho, então  candidato à reeleição.
Já nos primeiro dias de governo, surpreendeu novamente ao cair nas graças do governador Sérgio Cabral, mesmo sendo de um partido de oposição. Mudou o trânsito, conquistou a Nissan e coloriu a cidade, que ganhou uma entrada moderna com direito a postes propositalmente inclinados.
Como prêmio pela ousadia vem sofrendo uma verdadeira saraivada de acusações. Recentemente uma liminar, que foi negada por duas vezes pela Justiça em Resende, foi concedida na capital e, de uma hora para outra, o prefeito viu seus bens pessoais ficarem bloqueados. Jornais apócrifos foram lançados em igrejas evangélicas da cidade atribuindo a ele frases desrespeitosas à religião. Recentemente flagrou aviões sobrevoando seu sítio e viu as fotos publicadas na Internet. Diante deste clima de confronto político, no entanto, ele não perde a calma e coloca o seu ponto de vista sobre estas e outras polêmicas do momento político de Resende. Confira.
  
VOZ DA CIDADE - Como o senhor avalia o atual momento político de Resende?

RECHUAN - Para entender o momento atual é preciso voltar um pouco no tempo e recordar o início do nosso trabalho. Desde que fui eleito, surpreendendo e contrariando os interesses de muita gente, convivo com as ameaças e as artimanhas jurídicas dos adversários. Chegaram ao ponto de pedir a anulação do resultado da eleição sob a acusação de que teria comprado votos de uma eleitora que nem em Resende vota. Na hora da decisão dos desembargadores perderam de 8 x 0. Absurdos como este, no entanto, nunca impediram que a gente colocasse em prática a nossa política para a cidade.  

VOZ DA CIDADE - Já se acostumou então a trabalhar sob a pressão da oposição?

RECHUAN - Totalmente. Eu e o governo todo sabemos que não se contraria os caciques da política impunemente. Quanto mais a gente trabalha e transforma a cidade, mais os nossos adversários apelam e tentam nos paralisar. O que vivemos hoje é o desdobramento de uma velha política do “quanto pior melhor”, ou seja, aquele vale tudo da política para tentar atrapalhar a vida do prefeito, sem se preocupar com os prejuízos que isso pode trazer à população, uma vergonha. Até a conta da Prefeitura já foi bloqueada para que o funcionalismo ficasse sem pagamento. Outro dia fiquei sabendo de pessoas virando latas de lixo na rua e danificando propositalmente algumas obras que fizemos. Prefiro nem acreditar que isso seja verdade, mas por via das dúvidas vamos aumentar a fiscalização. 

VOZ DA CIDADE - Este tipo de jogada tem surtido efeito?

RECHUAN - É lógico que algumas pessoas que não conhecem bem estes processos podem ficar com a pulga atrás da orelha diante de tanta baixaria e desta guerra de liminares, mas a grande maioria sabe que as eleições estão chegando e que existem muitos interesses em tudo que está sendo dito. Fico em paz porque Resende sempre repudiou o jogo sujo. Nas eleições passadas chegaram a distribuir um contracheque adulterado da minha mulher, que é cardiologista da rede pública. O resultado foi que ganhamos as eleições contra a máquina administrativa, a arrogância e as baixarias. Os mais antigos contam histórias inacreditáveis de incêndios criminosos, pichações, suborno de testemunhas, entre outras baixarias. Mas não tenho dúvidas que essas atitudes lamentáveis são páginas viradas da política. Resende é uma cidade que está apontada para o futuro e não quer ficar perdendo tempo com estes velhos truques do passado.

VOZ DA CIDADE - Mas o senhor não acha que a população merece alguns esclarecimentos sobre estas ações na justiça?

RECHUAN - Claro que sim, mas nosso governo não vai parar por causa disso. Desde o ano passado percebemos que esta seria a estratégia dos nossos adversários: engessar o governo para colocar um freio no ritmo da Prefeitura. Como o morador de Resende é testemunha, estamos trabalhando desde o primeiro dia para mudar a cara desta cidade. Para comprovar isso vou citar rapidamente algumas conquistas que tivemos nos últimos três anos: a duplicação da ponte e dos dois viadutos da entrada da cidade, urbanização da Avenida Francisco Fortes Filho, mudança no trânsito, construção do calçadão da Avenida Nova Resende, Upa, reforma do Hospital de Emergência, Hospital da Criança, Ambulatório da Mulher, Policlínica do Paraíso 24 horas, revitalização e reestruturação da Escola Rompendo o Silêncio, Nova Escola da Vargem Grande, notebooks para os professores, kits escolares e mochila para os alunos, Terceira Idade Ativa, câmeras de segurança, novas creches e postos de saúde, restaurante popular, limpeza urbana... tudo isso em menos de quatro anos. É verdade que ainda temos muitos desafios pela frente, mas fica difícil negar que estamos no caminho certo. Por isso, não vamos mudar a nossa maneira de governar Resende por causa destes ataques.

VOZ DA CIDADE - Quais os esclarecimentos que o senhor gostaria de fazer à população?

RECHUAN - Primeiramente é importante dizer que a oposição comemora decisões liminares em processos que estão ainda muito longe de serem julgados. Este caso do bloqueio de bens, por exemplo, nada mais é que uma decisão liminar, ou seja, uma análise rápida dos fatos apresentados por quem nos acusa sem sequer permitir a argumentação do meu advogado previamente. Mais cedo ou mais tarde esta liminar vai cair, até porque existem indícios de sobra que houve má fé de quem impetrou a ação, e o seu mérito ainda vai ser julgado. Aí sim, vai ficar tudo esclarecido. Vamos provar o que qualquer mãe de aluno da escola rural sabe e as listas de frequência comprovam: o transporte escolar rural foi prestado regularmente durante todo o governo. Aliás, hoje em dia as crianças estão sendo buscadas em casa e não mais em pontos de encontro, como antigamente.

VOZ DA CIDADE - Neste caso do transporte escolar rural qual a decisão do Tribunal de Contas?

RECHUAN - Os técnicos do TCE vieram aqui em 2010 e não encontraram as fichas de frequência dos alunos que estavam arquivadas nas próprias escolas. Fizeram questionamentos se o serviço foi regularmente prestado e julgaram que a Prefeitura não prestou contas como deveria. Decidiram-se, a princípio, por uma multa e pela devolução do dinheiro, mas na mesma sentença convocam a Prefeitura a apresentar a contestação. Ou seja, o Tribunal de Contas reconhece que não é um caso encerrado, mas que ficou insuficientemente esclarecido se o serviço foi prestado como deveria. Como disse, e qualquer mãe de aluno pode afirmar, fizemos a nossa parte e agora nos cabe provar. Este tipo de contestação é comum a todos os prefeitos do Brasil, mas é tratado pela oposição como se fosse algo “espetacular”, no nosso caso. Se perguntarem na Vargem Grande, a população rural do distrito da Pedra Selada está achando “espetacular” é a escola novinha em folha que construímos lá.

VOZ DA CIDADE - Outro foco de ataque da oposição é com relação ao meio ambiente. O que o senhor tem a dizer sobre os questionamentos que estão sendo feitos sobre os casos do chorume e da construção da Nissan?

RECHUAN - Este caso do chorume é interessante, porque é uma acusação de crime ambiental sem qualquer dano ambiental comprovado até o momento. A Prefeitura acionou o INEA, órgão do Estado que tem competência pra isso, os técnicos fizeram uma visita na estação, mas não recebemos nenhum laudo técnico apontando para a contaminação. Pelo contrário, o superintendente regional deu entrevista no mesmo dia dizendo que não encontrou problema algum.  Por isso, até o momento prefiro tratar este assunto como um caso de descumprimento por parte da Águas das Agulhas Negras de suas responsabilidades junto ao Sanear. E no meu juízo este é um erro da concessionária. A operação deveria ter sido comunicada oficialmente ao Sanear, que é a agência reguladora de todo o sistema, até para que pudéssemos mandar nossos fiscais pra lá observar o tratamento. Como não foi, notificamos e multamos a Águas das Agulhas Negras em R$ 265 mil reais. A empresa não pagou e já está inscrita na dívida do município. O ideal era que nada disso tivesse acontecido. Mas já que aconteceu, a Prefeitura fez a sua parte aplicando uma multa pesada pelo erro nos procedimentos.

VOZ DA CIDADE - A Concessionária Águas das Agulhas Negras ganhou uma concessão feita no governo anterior. Como é a sua relação com a empresa?

RECHUAN - Procuro ser justo e analisar os prós e contras sem misturar com política ou ideologia. O que está em questão não é ser contra ou a favor de qualquer tipo de concessão. O importante pra mim é o interesse público e no caso da distribuição de água, que é um bem básico, é ainda mais importante pensar no cidadão. Acho que tudo pode ser feito para melhorar o serviço, mas não entro em aventuras jurídicas para cancelar uma concessão que o Ministério Público analisou e decidiu arquivar o processo que movia. Fiz a auditoria que me comprometi a fazer e pessoalmente continuo acreditando que Resende vendeu sua água a preço de banana e que seria muito melhor para o município que a licitação tivesse mais concorrentes. Mas isso não encerra a questão. Quando chega em casa do trabalho o cidadão tem que ter água na torneira e a verdade é que a Prefeitura não tem mais funcionários, equipamentos e instalações para operar este sistema. Nosso papel hoje é fiscalizar para que o serviço seja bem feito e os erros sejam punidos, como no caso do chorume. Não sou dono da verdade, mas é assim que vejo a situação.

VOZ DA CIDADE -  A oposição também questiona a obra da Nissan, argumentando que ela impacta na Lagoa da Turfeira, também conhecido como brejão da Kodak. Qual a visão da Prefeitura sobre isso?

RECHUAN - Aqui é preciso dividir o que é a denúncia de verdadeiros ambientalistas preocupados com aquele ecossistema do que é puro oportunismo eleitoral. Tem muita gente que nunca plantou uma árvore e responde por inúmeros crimes ambientais em suas propriedades se dizendo defensor da natureza, como se o povo não soubesse quem é quem. No caso da Nissan, a cidade ficou feliz e orgulhosa com a conquista deste grande investimento que pode gerar até 10 mil empregos, em cinco anos. Qual a cidade que não gostaria de um investimento assim? Ao contrário da Votorantim, que foi instalada em uma área complicada, limitando o crescimento e criando inúmeros transtornos para a cidade durante a sua construção, a Nissan veio revigorar o nosso Polo Industrial, que é o local indicado para este tipo de investimento. A empresa tem todas as licenças ambientais para as obras de terraplanagem, está sendo fiscalizada e vem cumprindo o que se comprometeu com a Prefeitura e com o Governo do Estado. 

VOZ DA CIDADE - Existe algum dano ambiental no local da terraplanagem da Nissan?

RECHUAN - Quando chegaram denúncias à Amar de que houve uma diminuição no espelho d’água da lagoa qual foi a nossa atitude? Investigar. Mandamos fiscais do meio ambiente ao local, que por sua vez solicitaram por ofício uma visita técnica do Inea, que é o órgão competente para isso, para apurar se houve ou não diminuição do espelho d’água. A visita foi realizada e amplamente divulgada pela imprensa.  Até agora não chegou o relatório, mas seja qual for o resultado a Prefeitura vai exercer o seu dever de fiscalização. Agora, é importante dizer, sem demagogia, que a instalação de uma grande fábrica impacta em qualquer lugar que ela ocorra. Todas as indústrias que hoje estão instaladas em Resende e na região de alguma forma impactaram no meio ambiente quando chegaram. Por isso existem leis, para que o crescimento ocorra dentro do que é permitido. Respeitando a legislação, a cidade vai crescer, sim, porque ninguém segura a nossa vocação para o progresso e o desenvolvimento.

VOZ DA CIDADE - O senhor está incomodado com esta campanha de difamação? 

RECHUAN - Como eu disse antes é preciso saber separar o que é crítica construtiva do que é jogada política e baixaria. Quando a oposição ou a imprensa alertam para um problema é importante para o governo porque não é possível estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas não vou ficar assistindo gente mal intencionada ficar inventando fatos, enviando jornais mentirosos para igrejas, sem ao menos ter a coragem de assumir o que faz. Já mandaram até um avião sobrevoar o meu sítio para tirar fotos e colocaram na internet. Como se eu e minha mulher, que somos médicos há mais de 20 anos, não pudéssemos ter um sítio. Nestes casos não tenho alternativa: vou buscar os meus direitos na Justiça, porque eu e a minha família não merecemos este tipo de maldade.  

VOZ DA CIDADE - Quais são seus planos para esta reta final do governo?

RECHUAN -Vamos seguir normalmente o nosso planejamento, até porque nosso governo não funciona apenas em ano de eleição. Estamos no quarto ano de trabalho e a população pode acompanhar desde o início que, passo a passo, as novidades vêm chegando. O trânsito e as obras de infraestruturaem Campos Elíseoscomeçaram há mais de dois anos. Acho um crime fazer a população esperar por um serviço e oferecer somente na véspera da eleição. O que vamos entregar este ano é o que realmente só foi possível concluir agora, caso contrário teríamos feito antes. Para a nossa equipe de trabalho não tem esse negócio de guardar obra pra inaugurar depois. Infelizmente algumas ações não acontecem no ritmo que a gente quer, até porque dependem de repasses de recursos do Governo Federal e Estadual. Mas o que vai ficando pronto, a gente vai inaugurando.  O Hospital da Criança, a Fábrica de Óculos e várias outras conquistas já foram entregues no início de 2012 simplesmente porque já estavam prontas e não tinha porque ficar enrolando. 



VOZ DA CIDADE - Ainda dá tempo de fazer mais?

RECHUAN - Claro que sim. Continuamos trabalhando, e muito, como ocorreu nos primeiros três anos de governo. Estamos finalizando a compra dos netbooks para todos os alunos do quinto ano, a cidade já licitou o seu primeiro tomógrafo da rede pública de saúde, vamos entregar uma nova creche, um novo centro de assistência social, a duplicação do posto de saúde da Vicentina e o Espaço Z, que aliás está ficando belíssimo. Além disso, vamos terminar a infraestrutura da Avenida Francisco Fortes Filho, concluindo de vez o Acesso Oeste, terminar as obras do Sesmarias, do Calçadão do Campos Elíseos e a reforma do Aeroporto, que está possibilitando a vinda dos vôos regulares da Trip para a cidade, e mais algumas novidades que estamos guardando segredo para não estragar a surpresa. 

VOZ DA CIDADE - Pessoalmente o senhor está satisfeito com o trabalho da Prefeitura no seu governo?

RECHUAN - Estou feliz por estar conseguindo liderar uma equipe de pessoas que adoram esta cidade e estão transformando este amor em obras bonitas e em serviços melhores para o nosso cidadão. Mas satisfeito eu não fico nunca. Quem me conhece sabe que não sou de ficar esperando as coisas acontecerem. Por melhor que seja a avaliação das pessoas, minhas reuniões com o secretariado são sempre de muita cobrança. Na segunda-feira de manhã, a gente se reúne e no resto da semana fico conferindo se o que foi tratado está saindo do papel.  Todas as semanas, às vezes até todos os dias, passo pessoalmente no Hospital de Emergência, na Upa e ando pra lá e pra cá para acompanhar o ritmo das obras e a qualidade da limpeza pública. Acho que Resende pode ficar muito melhor e para chegar lá não vai faltar disposição da minha parte.

VOZ DA CIDADE - Como está sendo a sua relação com a população de Resende? Você ouve muitas cobranças na rua?

RECHUAN - Cobrança boa. De quem quer, como eu, ver esta cidade melhorar. Acho que por já termos mostrado que esta Prefeitura está afim de serviço, a população cobra com carinho, com confiança que vamos nos esforçar e fazer o possível para resolver. Até mesmo diante de todo este desespero da oposição, na rua é como se as pessoas já soubessem que isso tudo faz parte do jogo da política. As pessoas não querem saber de baixaria. Querem é ver a cidade melhorar. Isso é que interessa. Por isso não tenho como agradecer a força que estão me dando para seguir em frente no trabalho. Este incentivo das ruas é o combustível do governo. É emocionante o apoio da nossa terceira idade, da garotada, das comunidades. 

VOZ DA CIDADE - Qual a sua mensagem final para a população de Resende?

RECHUAN - A obrigação da Prefeitura é trabalhar. Claro que não se resolve tudo de uma hora para outra e basta a gente atender uma necessidade da população para aparecer outra. Mas Resende sabe que o governo está mostrando serviço. Por isso, agradeço a cada funcionário da Prefeitura, a base aliada na Câmara de Vereadores e aos partidos que compõem o nosso governo. O fruto do nosso esforço incomoda muita gente poderosa, que encontrou como única saída tentar nos atingir com mentiras e armações. Mas o tempo é o senhor da verdade e nossa melhor resposta no momento é trabalhar mais, realizar mais e transformar esta cidade. 

Um comentário:

  1. PARABÉNS Prefeito Rechuan!!! Estamos muito feliz com o trabalho lindo que está fazendo na cidade... nós te amammos!!!

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