domingo, 19 de agosto de 2012

“ESPAÇO Z, MIGALHA CULTURAL” (Carlos Felipe Bruno)




Nos idos de mil trocentos e lá se vão muitas pedradas, lembro-me bem de um local aonde papai e mamãe me levavam para comprar guloseimas e alimentos para nossa casa.

Era o Mercado Municipal, imponente e receptivo, ora passado apenas preservado em seu invólucro.

Especulações à parte, mui recentemente parido foi o “ESPAÇO Z”, um espaço presumidamente voltado, 100% (cem por cento) à CULTURA RESENDENSE e de nossa região como um todo.

Reformas, reformas e mais reformas, pelo que, em 05 de Julho de 2012, teria, disse e veementemente repito, “TERIA” nascido um espaço cultural dos mais evoluídos conquanto modernos, tanto arquitetonicamente me expressando, quanto objetivo final cultural propriamente dito.

Misancene ou jogo de cena ou ainda fingimento, como preferirem os menos desavisados, o que, confesso, chegou até mesmo a me cativar e inebriar, tanto pela beleza final do espaço em si, quanto especificamente pelo que naquela oportunidade cri como sendo um espaço exclusivamente cultural, voltado para todas e quaisquer expressões de ARTE e CULTURA do POVO, jamais para OLIGARQUIAS, entenda-se, pequeno número privilegiado de pessoas tirânicas, distinguidas, pois, pelo PODER, ou até mesmo pela suposição de sinonímia para com o mesmo.

Sequer cheguei a temer por tal infortúnio, por tal pútrido desiderato, mas...

Cest la vie! É a vida!

Hoje, dia 17 de Agosto de 2012, Sexta-feira, no que foi a abertura do “XII FESTER”, ou “XII FESTIVAL DE TEATRO DE RESENDE”, no “ESPAÇO Z”, pude aquinhoar um misto de ALEGRIA, motivada pela apresentação de novos atores e atrizes de nossa região, mas também, de profunda TRISTEZA!

Soube, mediante fontes fidedignas, que parte do ESPAÇO Z transformar-se-á, como de fato já se transformou, pasme a Sociedade Resendense, em aporte à Secretaria Municipal de Planejamento, que tomou para si um generoso espaço físico para o desenvolvimento de suas atividades, já desvirtuando completamente a finalidade inicialmente engendrada, e que, ainda, o “TEATRO” do “ESPAÇO Z” será também utilizado para PALESTRAS voltadas para uma área totalmente distinta da esfera cultural.

Pois bem, “VERDADEIROS IRMÃOS DA ARTE E DA CULTURA”, saibam que “CULTURA” não vive de “MIGALHAS” e nem tampouco com elas pode e deve ser confundida! 

Um tanto quanto estapafúrdio fato, que a mim não passou despercebido, foi o de que uma certa famosa pessoa ligada ao universo teatral resendense, diga-se de passagem, meu amigo pessoal, pelo que preservá-lo-ei, ao ser por mim interpelado, na presença de seus pais, nesta mesma oportunidade, vestindo este uma camisa de total parcialidade e conluio para com os percalços culturais ora por mim relatados, talvez por sua ligação de dependência política, o que decerto não me afeta em nada, virou as costas para mim e me deixou a terminar meu ponto de vista a seus pais, num ato de extremo desrespeito para com seu amigo que aqui buscava, como de fato busca, unicamente ser VOZ, ser OPINIÃO, fundada na realidade factual cultural hodiernamente vigente.

Cito uma paráfrase oriunda de um passado não muito remoto, em que um então jovem escritor francês de nome Christophe Bataille, à época na flor de seus parcos 24 anos de idade, ao subir ao palco para o que seria receber a maior premiação literária francesa, sem pompa alguma em suas vestes, calçando seu “surrado” par de tênis, quase mofado, recusando, ao final, o famigerado prêmio cultural, proferiu o que se segue: “OS PRÊMIOS LITERÁRIOS NÃO TÊM NENHUMA RELAÇÃO COM A LITERATURA. TUDO É FEITO PARA QUE OS ESCRITORES CÉLEBRES CONTINUEM FAMOSOS E OS OUTROS CONTINUEM DESCONHECIDOS”!

Pois bem, ainda que, com muito orgulho nordestino eu seja, portanto, natural de Recife, PE, falo como CIDADÃO RESENDENSE que sou, por justo merecimento a mim auferido pela Câmara Municipal de Resende, no ano de 2007.

Sou Funcionário Público Municipal de Resende, CONCURSADO há exatos 10 anos e 05 meses, e, detendo minha sã capacidade de consciência e de livre manifestação de vontade, bem como de poder opinar pelo que entendo CORRETO ou INCORRETO, permito-me a ousadia de discorrer este humilde e despretensioso MANIFESTO pelo não SUCATEAMENTO do ESPAÇO Z, e que este seja, por DIREITO e JUSTIÇA entregue a população como um todo e não às venenosas OLIGARQUIAS, que em amplo imbróglio, trapalhada sem limites, favorece uns poucos privilegiados em detrimento e punição a uma maioria expressiva de artistas, de rua ou não, que vão continuar sem oportunidade de se expressarem e de se manifestarem.

Inobstante tudo que fiz questão de expor nestas despretensiosas palavras, congratulo-me com a atual liderança da FCCMM, visto que me foi dito que identicamente não subsiste qualquer concordância com tais transgressões culturais imorais.

Desenvolvi o desenrolar destas consternadas palavras, independente de qualquer posição política, ainda que a minha seja clara e evidente, o que não me impede de dizer o que pressinto e que sinto, aquilo que vislumbro, o que vivo, dentro da realidade que me é dada sobreviver!

SUCATEARAM O ESPAÇO Z, ORA MIGALHA CULTURAL!

Tenho dito!

Por Carlos Felipe Bruno.
(17.08.2012, 23:25h)

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