Depois do ciclo do café e da chegada da indústria química, Resende e Porto Real, na região centro-sul do Estado do Rio, experimentam agora uma nova fase de desenvolvimento focada na indústria automotiva.
O PIB dos municípios corresponde a cerca de 2,5% do estadual, que é inflacionado devido aos recursos da exploração do petróleo e de companhias como a Petrobras, a maior empresa no Brasil. Só a arrecadação de Porto Real deve alcançar neste ano R$ 220 milhões, 968% a mais do que o registrado em 2000. Em Resende, a estimativa é fechar o ano com R$ 340 milhões, um aumento de 167,5% em relação a 2000.
No período, a população das cidades também cresceu. Resende tinha 104,5 mil habitantes em 2000. Agora, são 120 mil -aumento de 14,8%. Já Porto Real, que foi emancipada de Resende em 1996, elevou sua população em 37,2%. E mais gente deve chegar com os investimentos programados até 2014. Segundo a Firjan (federação das indústrias do Estado do Rio), serão R$ 5 bilhões em novas fábricas e ampliações das atuais.
DESAFIOS
Comparados aos de grandes centros como São Paulo e Rio, os valores são atrativos. Mas, como o processo inflacionário é comum a todas as cidades brasileiras em desenvolvimento, adquirir imóvel também ficará mais caro. Ao mesmo tempo, os governos locais tentam restringir o crescimento imobiliário para evitar a desordem urbana -uma equação difícil de ser resolvida. Por isso, a Prefeitura de Resende criou um conselho para tratar de desafios ligados ao crescimento.
"Buscamos soluções em conjunto", disse o prefeito José Rechuan (PP). Em Porto Real, as áreas de pasto têm dado espaço para novos loteamentos, mas o prefeito Jorge Serfiótis (DEM) afirmou ter tomado medidas para frear a pressão. A prefeitura isentou de IPTU as construções em terrenos de até 80 metros quadrados e, para quem trabalha em outra cidade e ganha até dois salários mínimos, liberou as catracas dos ônibus e deu vale-transporte.
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