Eu saí apressado do meu trabalho na quinta feira da semana passada às 20:00h, busquei minha mulher em casa e fui ao Teatro da Aman assistir à peça “Minhas Sinceras Desculpas” do jovem ator Eduardo Sterblitch. O teatro estava lotado. No início da apresentação havia um audio do Poema “E agora José?” de Carlos Drummond de Andrade, declamado pelo saudoso ator Paulo Autran, aproximadamente vinte minutos depois houve a apresentação de uma excelente banda de São Paulo. Entre o poema e a apresentação da banda, Eduardo falou entre outras, que Resende é uma bosta, que a Cidade Alegria é outra bosta e que o Paraíso não é diferente. Naquele momento a platéia quase de pé o aplaudiu, extasiada pela tamanha graça que acharam daquilo. Por um momento tive a impressão que se ele lá do palco lançasse o adjetivo na cara da público, pouca diferença faria, seria o mesmo aplauso e a mesma estéri l gargalhada. Ele por sua vez ria satisfeito, com o ar de são todos uns estúpidos mesmo!!
Pensei…
Um ator resendense, retornando à sua terra, com o teatro repleto em sua maioria de resendenses que foram prestigiá-lo, um esplendor que lhe concedeu fazer além da apresentação, se houvesse desejado, um ato de reverência a sua raiz. Porém, optou em ser desnecessariamente grosseiro com uma brincadeira de gosto duvidoso. Vá lá que a cidade esteja uma imundice, passando por um transitório desgoverno, sujeira e buracos em todos os cantos e recantos, dengue batendo à porta numa cadência acelerada, descaso, falta de planejamento e competência.
Mas se referir a Resende daquela forma?
Mas valeu pelo poema, pelo Paulo Autran, pela apresentação da banda e por me fazer refletir.
Minhas sinceras desculpas ao Eduardo e a quem riu e achou legal sua brincadeira.
Texto: Carlos Magno Goulart Fernandes
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