Renova Resende Entrevista Silvio de Carvalho - Final

O Entrevistado com Membros do Comitê e alguns convidados

Hoje postamos a última parte da Entrevista de Silvio de Carvalho ao Renova Resende.

Comitê Suprapartidário Renova Resende: Se você voltasse a ser prefeito de Resende, o que não faria em uma nova gestão?

Silvio de Carvalho: Não faria bastante coisa. Mas não furtar-me dos compromissos familiares, deserdar das minhas causas e não iria me corromper. Seria um pouco mais flexível. Mas mesmo assim sei que o meu governo não interessa as pessoas do meio politico, porque meu governo é muito duro e sei que as pessoas buscam uma pessoa mais flexível. Eu não sou um bom gestor para quem quer ganhar dinheiro com a prefeitura. Eu sou um bom gestor para fazer obras, para realizar, construir. Eu atinjo a muitos interesses, eu sei disso e não quero mudar.

CSRR: O que você acha das pessoas que participam de um governo e na primeira oportunidade mudam de lado?

Silvio: O que eu tento fazer é sempre tentar compreender os motivos de quem saiu. Porque ter raiva e ódio não leva a nada. As pessoas traem por fraqueza ou por necessidade. Não posso exigir lealdade. Eu não quero que ninguém se sacrifique por mim. Porque se você quer o sacrifício de alguém, você não é amigo daquela pessoa. É mais fácil você compreender e perdoar, mas é claro que lá na frente uma pessoa dessa entra na fila.

CSRR: Existem pessoas que você não se aliaria novamente de jeito nenhum?  E por quê?

Silvio: Eu aprendi na politica que você tem que se aliar a todos que tem o mesmo foco que você. Ninguém é melhor que ninguém. Eu só não me alio com bandido, assassino, ladrão...

CSRR: Qual foi a contribuição do secretário Ruy Saldanha em seu governo?

Silvio: O Ruy é um técnico maravilhoso, mas é um péssimo atendedor de pessoas. Ele não é má pessoa, mas é um cara truculento, mas é um cara que tem um coração que você faz ele chorar em quinze minutos. O Ruy chorou na minha mesa várias vezes. O Ruy é uma pessoa que tem que ter um espaço na administração pública para decidir, auxiliar. Ele é um técnico como eu não conheço ninguém. Vai colocar na cabeça de um técnico que dois, mais dois é quatro e meio. Não dá! Mas na politica as vezes é. Então, ele é muito técnico e nós fizemos um governo assim (técnico).

CSRR: O que você acha que pode ser feito para quebrar certos monopólios que existem em nossa cidade? O de transporte por exemplo.

Silvio: Parar com o monopólio dos ônibus fica difícil, porque a cidade não é tão grande e se você colocar duas empresas o preço subirá com certeza. Colocamos o mesmo preço para ficar igual para todos. Nós íamos implantar o transporte pluvial. Colocamos a chalana para fazer a população perder o medo do Rio Paraíba. Mas não deu tempo. Eu sou favorável as concessões, mas não sou favorável as agências reguladoras servirem essas concessões. Temos hoje a questão da agua que não está sendo aplicada. Nós implantamos a tarifa e cota social. Mas isso não funciona hoje. Eu sou a favor de resolver o problema. Resende estava no caos. Em oito anos do governo Meohas, ele duplicou o número de funcionários da prefeitura. E não resolveu o problema.

Palavras finais de Silvio: Resende estava num de desenvolvimento muito grande, mas perdemos um deputado nas últimas eleições e isso foi um erro muito grande. Tem gente que faz a politica de quanto pior, melhor e são essas pessoas que a gente não se associa, que falam mal da gente na rua e essas não estarão conosco. Mas nossa história se confunde com o bem que fizemos pelo outros e o amor de pessoas que reconhecem isso é muito bom. Eu queria agradecer as meus companheiros e ex-companheiros. Peço desculpas por ter jogado esse projeto tão importante... Por ter deixado escapar a vitória e ter comprometido o ciclo de desenvolvimento e eu sou o grande responsável por isso, pela forma e pelas decisões que tomei. Eu acho que eu aprendi e acho que não vou cometerei o mesmo erro. Obrigado!