Na manhã de sexta-feira (7), último dia de filiação para participar das eleições de 2012, uma fila de políticos e assessores se formava na sede do PPL (Partido da Pátria Livre), em São Paulo.
A 29ª sigla do país só conseguiu o registro na Justiça Eleitoral nesta semana. Agora, mesmo sem nomes de peso na política, ela espera lançar 100 candidatos no Estado.
"Na quinta-feira, o prédio fechou e fiquei despachando até as 11 horas da noite na rua", conta o secretário-geral do partido, Miguel Manso.
Foram necessários dois anos para obter as 492 mil assinaturas exigidas por lei, segundo o dirigente. "Foi trabalhoso. Tinha 150 pessoas trabalhando."
O PSD, sigla idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e oficializada pelo TSE uma semana antes, recolheu as assinaturas em sete meses.
No mês passado, a Procuradoria Eleitoral emitiu parecer contra o registro do PPL por falta de documentos. Ainda assim, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou sua criação.
Manso diz que a verba para recolher as assinaturas foi conseguida com os filiados. Em São Paulo, são cerca de 1.500, de acordo com ele.
"Pelo nosso estatuto, a contribuição mensal é de 2%", disse.
A origem da sigla é o MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), grupo armado que combateu a ditadura militar (1964-1985), mas que, nas últimas décadas, caracterizou-se por ser um braço do quercismo, do ex-governador Orestes Quércia, morto no ano passado.
O presidente da legenda, Sérgio Rubens Torres participou do sequestro do embaixador Charles Elbrick em 1969 e, até três anos atrás, apresentava-se com secretário-geral do MR-8.
Militante do PMDB desde a década de 1970, Manso minimiza a influência do grupo esquerdista. "No processo de fundação participaram dirigentes que não tinham a mesma trajetória do MR-8", afirma.
O partido já nasce governista, como parte da base aliada de Dilma Rousseff. E, a exemplo da sigla kassabista, o PPL não se define como direita, esquerda ou centro. "Somos a favor da pátria livre."
Uma das ditas bandeiras do PPL é a independência econômica do país. "Que lógica tem a moeda do Brasil ser administrada apenas pelos bancos?", resume o dirigente.
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