O vigilante sanitário José Roberto Correia, de 51 anos, funcionário do Centro de Zoonose da prefeitura de Resende, percorre durante o ano as ruas e bairros da cidade prevenindo os moradores contra a proliferação do mosquito da Dengue, mas no fim do ano ele percorre as ruas de São Paulo participando da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre.
Tudo começou quando um professor de Educação Física resolveu convidá-lo a participar de um grupo de corredores: ele topou e não parou mais.
- Comecei a prática em 1999, quando o professor Roberto Keller me viu correndo na Beira-Rio e me convidou para fazer parte da equipe Frequência Máxima, e no mesmo ano participei da Corrida da Infantaria. Atualmente o Roberto mora no Rio, mas até hoje ele me envia por e-mail esquemas de treinamento para eu participar das corridas - disse José Roberto, revelando que já participou em 12 edições da São Silvestre e três da Maratona do Rio de Janeiro, além das corridas da Infantaria na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), competição que lhe rendeu o terceiro lugar em 2002.
Ele pretende baixar seu tempo na São Silvestre este ano, feito que considera possível por estar cuidando mais da alimentação e forma física.
- Treino todos os dias no período da tarde, depois do trabalho. Corro geralmente uma hora por dia, mas aos sábados faço uma corrida de três horas, aproximadamente. Nas terças-feiras procuro correr a subida do Mirante das Agulhas ou da Morada do Bosque, porque a São Silvestre tem muitos trechos inclinados e a última delas, de três quilômetros (a Brigadeiro Luiz Antônio), é muito puxada. Em 2010 eu estava com 75 minutos de prova, mas acabei com 80 minutos por causa dessa subida - explicou o vigilante, ressaltando que o clima também influencia no resultado final da prova.
Ele falou, ainda, da satisfação de participar de uma das mais tradicionais provas de rua do país.
- É muita emoção. Antes de começar a prova, a organização faz a abertura e sempre fala: "aqui não tem rico, nem pobre, nem preto, nem branco, somos todos corredores, então cumprimente seu colega do lado porque temos todos o mesmo objetivo, que é o de completar a prova". Fico muito emocionado - confessou.
Falta de incentivo
Se não falta força de vontade por parte do corredor resendense, ele reclama da falta incentivo. José Roberto conta que raramente o grupo de corredores da cidade consegue algum tipo de ajuda.
- Preciso poupar o ano inteiro, porque se não for assim não dá para correr. A gente tem muito gasto com ônibus e alimentação, entre outros, e não tem apoio de ninguém. Acho que a prefeitura poderia ajudar, ou então podia pelo menos terminar o calçadão da Beira-Rio até o Areal para treinarmos. Quando chega nesse trecho (entre o Areal e a Ampla) só tem barro, e quando chove a gente tem que ir para a rua, o que é muito perigoso - alertou.
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