segunda-feira, 12 de março de 2012

PT realiza debate sobre segurança pública em Resende


A segurança pública foi destaque no "Debate Popular", realizado na última sexta-feira pelo diretório do PT, no plenário da Câmara Municipal. O presidente local do partido e pré-candidato a prefeito, Rogério Coutinho, foi o mediador do encontro, que contou com debatedores como o deputado estadual Robson Leite (PT); o conselheiro nacional de segurança e membro da ONG Viva Rio, Tião Santos; e o professor doutor em Comunicação Social, Adair Rocha. 

Cerca de 70 pessoas participaram do evento, que transcorreu durante toda a noite. Tendo como pontapé o resultado da Consulta Popular, promovida pelos petistas, Rogério e os demais participantes debateram o tema, analisando a realidade atual da cidade, bem como as estratégias de segurança utilizadas em outras cidades, com destaque para as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro.

Tião Santos falou um pouco da experiência da entidade na qual atua e das suas frentes de trabalho. Ele contou que, em 2004, os especialistas da Viva Rio estiveram em Resende para uma pesquisa sobre a violência na cidade, chegando a elaborar um plano de enfrentamento à violência e combate às drogas. Ele abordou também o crescimento da violência. 

- Quando pensamos em segurança pública, temos a tendência de passar a responsabilidade para o estado ou para a União, só que é nos municípios que a violência cresce e acontece. O combate à violência não pode ser pensado somente por autoridades policiais, todos temos responsabilidade no embate para acabar com ela - defendeu.

Tião alertou para o estudo que a ONG Viva Rio realizou no ano de 2004 na cidade, quando a média de assassinatos era de 30 pessoas/ano. Hoje, de acordo com o conselheiro nacional de segurança, são registrados anualmente, em Resende, 84 homicídios. 

- Hoje, em Macaé, mesmo uma cidade com um orçamento gigantesco e uma quantidade considerável de guardas municipais, a violência está num patamar assustador. Estamos realizando um diagnóstico sobre segurança pública por lá e percebemos que as cinco grandes facções do Rio de Janeiro já estão instaladas no município. É um resultado desastroso - lamentou.


‘UPPs foram o primeiro passo', diz Robson Leite

A política de segurança pública empregada pelo governo estadual nos morros da capital, com as UPPs, recebeu bastante atenção dos debatedores. Um dos que tocou no assunto foi Robson Leite, membro da Comissão dos Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). 

- A política das UPPs foi o primeiro passo, diga-se de passagem, muito virtuoso, mas agora precisamos do segundo. Antes do enfrentamento através da polícia, têm que vir a educação, o saneamento básico, as atividades culturais e uma renda melhor - explanou.

Já Adair Rocha, autor do livro "Cidade Cerzida" - que fala sobre a relação entre o asfalto e a favela no Rio de Janeiro -, discutiu a importância do fato cultural na retirada dos jovens da marginalidade. Ele traçou um paralelo entre o funk e a dificuldade do acesso a atividades culturais e esportivas na vida dos jovens mais carentes.

- A violência maior é a falta de acesso. Alguém que pensa no combate à violência somente com a polícia está pensando na permanência da violência - fomentou o doutor em Comunicação.

O presidente do PT Rogério Coutinho encerrou o debate ressaltando a interdependência das diversas áreas da administração no enfrentamento à violência e às drogas. 

- Educação, saúde, assistência social, habitação e geração de renda devem vir muito antes do enfrentamento policial. Vamos sair daqui com ensinamentos importantes para uma formação de políticas públicas para a segurança pública. Investir em segurança pública é importante, mas investimento sem conhecimento é recurso despejado fora - finalizou.



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