Representantes do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) reuniram-se durante a semana com moradores do distrito de Fumaça para discutir a criação do Parque Estadual da Pedra Selada.
O encontro, que aconteceu no salão paroquial da Vila da Fumaça, contou com a presença de cerca de 30 moradores, além de representantes do governo municipal e do gerente da Secretaria Municipal de Agricultura, Jorge Luis Pinto Ferreira; o diretor da Amar (Agência de Meio Ambiente de Resende), Luiz Roberto Andrade e Souza; o diretor de Meio Ambiente e Turismo da Aciar (Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Resende) e representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Resende, Antônio Carlos Abrão Teixeira; o representante da Associação de Moradores de Visconde de Mauá, Ricardo Ferreira; e os biólogos Eduardo Lardosa, Taís Cabral Maia, e Fabiana Bandeira, em nome do Inea.
Foram quase três horas de reunião, em que Lardosa explicou detalhadamente para os presentes como será implantado o novo Parque Estadual e quais serão suas delimitações geofísicas. Muitos moradores quiseram saber como será feito o processo de desapropriação de terras e o que eles podem esperar do novo parque.
Segundo os técnicos, a área da Pedra Selada apresenta aspectos físicos, biológicos, culturais, socioeconômicos, fundiários e institucionais que justificam a criação do Parque, que deverá abranger pouco mais de oito milhões de hectares de terra.
- Nós temos muito material sobre a implantação do Parque disponível no site do Inea. Temos interesse que as pessoas conheçam a proposta e participem da sua implantação. É intenção do instituo apoiar o desenvolvimento sustentável no entorno da área do Parque para reduzir os investimentos em proteção da unidade, porque se tivermos uma boa relação com a vizinhança, os próprios moradores serão nossos parceiros na ação de inibir caça ilegal ou retirada de palmito da mata – explicou Lardosa, acrescentando que a localidade já se constitui em uma APA (Área de Proteção Ambiental), e que sofreu reajustes depois da consulta popular realizada pelo órgão em dezembro de 2011 na Câmara Municipal de Resende.
Manejo, a próxima fase
Tão logo essa fase de esclarecimentos e discussões com a população esteja encerrada, o Inea deverá incrementar a fase do manejo, momento em que o órgão pretende fomentar a formação de um Conselho Consultivo que reúna representantes de moradores, produtores rurais, do governo municipal e de todos que estejam interessados em participar do processo de criação do Parque. Em seguida o órgão deverá contratar uma empresa para realizar um diagnóstico e a elaboração do Plano de Manejo para que, só depois dessa fase concluída, seja iniciada a implantação e detalhamento das ações do futuro empreendimento ambiental.
- Queremos concluir esse processo de debates para podermos avançar no processo de criação do Parque, que será feito por meio de decreto-lei do governador [Sérgio Cabral, do PMDB), mas frisamos que estamos com um canal aberto desde a última consulta pública. Os interessados em fazer contato com o Inea podem utilizar o e-mail <gepro@inea.rj.gov.br>. Estamos à disposição para receber sugestões e esclarecer dúvidas – concluiu Lardosa.
Segundo Antônio Carlos Abrão Teixeira, a criação do Parque será boa para a comunidade, mas é preciso que o assunto seja melhor discutido com a população.
- Não somos contra a criação do Parque, mas queremos que os moradores sejam consultados porque ninguém sabe onde exatamente ele vai ficar localizado. O foco na última audiência pública foi Visconde de Mauá, que vai ter uma influência mínima e praticamente não tinha representantes dos distritos de Pedra Selada e Fumaça, onde cerca de 90% do Parque será situado – explicou Teixeira, ressaltando que o parque estadual vai contribuir para a preservação da fauna e da flora locais.
- Fico muito triste quando vejo novos clarões na mata. Ela deveria ser preservada, um patrimônio intocado. A Aciar e o Sindicato Rural estão trabalhando em parceria com o Inea para divulgar e orientar ao máximo os produtores rurais, que serão as pessoas afetadas diretamente pelas mudanças – concluiu.
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