terça-feira, 31 de maio de 2011

ONG em Resende quer construir centro para tratamento de dependência química

Crédito da Matéria: Lúcia Pires


Como vem acontecendo em vários municípios brasileiros, Resende está enfrentando sérios problemas com a entrada do crack na vida de seus adolescentes e jovens e, mal os médicos começaram a estudar os efeitos dessa droga no organismo humano, já se vêem obrigados a enfrentar o oxi, que está sendo oferecido maciçamente nas rodas sociais da capital paulista.
Sobre o oxi pouco se sabe, a não ser que ele é mais letal que o crack e possui uma composição mais "pobre" e que mata mais rapidamente. Essa nova droga - composta por cal, gasolina e pasta de cocaína - está sendo considerada a nova epidemia no mundo da dependência química. 
Para enfrentar essa nova realidade a ONG Evoluir, fundada há dois anos em Resende, vem desenvolvendo projetos alternativos e atendimento médico e psicológico totalmente gratuitos com o apoio de voluntários. 
Para o diretor executivo da Evoluir, Roberto da Silva Santos, o importante é agir para fazer alguma diferença em benefício da sociedade.
- Nós fundamos a ONG há dois anos para atender dependentes químicos e seus familiares. Implantamos os projetos Comunidade Terapêutica, Casa Reluz e Casa Devir. No Comunidade Terapêutica nós atendíamos até 30 moradores de Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis. Atualmente este projeto está suspenso por falta de local para abrigar os dependentes - explicou Roberto, chamando a atenção para a necessidade de se construir um centro de tratamento para dependentes na região.
Segundo ele, a maioria dos dependentes são encaminhados para tratamento em outras cidades, principalmente no interior paulista e em Minas Gerais, pois o estado do Rio de Janeiro conta com poucas unidades - em sua maioria afastadas da região. A distância dificulta a manutenção e a reativação dos laços familiares e torna o acompanhamento do tratamento mais caro, além, de prejudicar o processo de ressocialização.


Projeto


Com o objetivo de resolver esse problema, os integrantes da Evoluir lançaram um projeto para a construção de um centro de Centro de Tratamento de Dependência Química, que teria dez mil metros quadrados. 
- A ideia é ter onde hospedar temporariamente uma pessoa que esteja em situação de risco e encaminhando-a depois para internação, se for o caso. Queremos ter também uma área voltada para tratamento ambulatorial, oficinas, depósitos, lavanderia, tudo que se precisa para tratar da dependência química. Queremos também implantar esse centro em um ponto que facilite o acesso aos moradores de Itatiaia, Quatis, Porto Real e Resende - disse Roberto.
Com a iniciativa ainda no papel, ele disse que a ONG vai tentar fazer convênios com as fábricas
- Vamos tentar fazer do jeito que der, porque o que precisamos é fazer alguma coisa que resolva o problema da recuperação dos dependentes químicos - disse o diretor.


Quase três mil atendidos


Os voluntários da Evoluir atenderam, entre setembro e dezembro de 2009, 449 pessoas, entre dependentes químicos e seus familiares. Em 2010 este número subiu para 1.830; e este ano, de janeiro até abril, eles já atenderam a 646 pessoas, totalizando 2.925 pessoas atendidas desde a fundação da ONG. 
Atualmente, os voluntários atendem no salão da Igreja do Rosário, no Centro da cidade, e contam com o apoio da Pastoral da Sobriedade.


Projetos da ONG Evoluir


Projeto Casa Reluz - Os voluntários hospedam em uma casa jovens oriundos de comunidades terapêuticas que tiveram sucesso no tratamento, mas não possuem mais vínculos familiares. Esse projeto representa uma oportunidade para cerca de 17% dos jovens internados nas casas de recuperação. O objetivo é abrigá-los e encaminhá-los a cursos que facilitem sua empregabilidade, auxiliando-os na busca por um emprego.
Projeto Casa Devir - Os jovens são abrigados em uma residência enquanto esperam uma vaga para internação. Eles recebem apoio psicológico, assistência médica e orientação no trato com a dependência química. O objetivo é retirar os dependentes das áreas de risco, apoiar a abstinência, garantir a adesão ao tratamento futuro, e confirmar, se for o caso, a necessidade de internação.






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