Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a união homoafetiva estável como unidade familiar, conservadores resolveram reagir. Panfletos com ataques a representantes de movimentos de defesa dos homossexuais estão sendo espalhados pela cidade de Resende, interior do Rio de Janeiro. O material é assinado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que recentemente esteve envolvido em uma polêmica ao fazer declarações homofóbicas e racistas no humorístico CQC, da Bandeirantes. O material também está disponível no website do deputado.
O panfleto está sendo distribuído no Rio de Janeiro e em Brasília, conforme apurou Terra Magazine. Alguns dos itens do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT também são citados no material, que faz a seguinte apresentação:
- Ilustríssimos senhores e senhoras chefes de famílias. Apresento alguns dos 180 intens deste que chamo de Plano Nacional da Vergonha, onde meninos e meninas, alunos de 1 grau, serão emboscados por grupos de homossexuais fundamentalistas, levando aos nossos inocentes estudantes, a mensagem de que ser gay ou lésbica é motivo de orgulho para a família brasileira. Tirem suas conclusões sobre as absurdas propostas do Governo, algumas já em execução conforme publicações em Diário Oficial da União.
Na mesma página, em destaque, mais um "alerta": "Querem transformar, na escola, seu filho de 6 a 8 anos em homossexual" - afirma em mais uma alusão ao kit de combate à homofobia que, segundo o MEC, será voltado exclusivamente para adolescentes.
No final do material, ao lado de uma foto do deputado Bolsonaro fardado, mais um recado:
- Com o falso discurso de combater a homofobia, o MEC em parceria com grupos LGBTs, na verdade, incentivam o homossexualismo (sic) nas escolas públicas de 1 Grau, bem como, tornam nossos filhos presas fáceis para pedófilos.
Logo depois da divulgação de que o Supremo se posicionou a favor da equiparação de relações estáveis homoafetivas a uniões estáveis heterossexuais, o parlamentar ironizou a decisão, dizedo que o próximo passo seria a legalização da pedofilia. O deputado também argumentou que a Corte Suprema extraplou sua função ao julgar tema já previsto na Constituição.
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