segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CRACK, NÃO. CRAQUE, SIM.



O jogo contra as drogas ficou mais difícil para a sociedade depois que o crack entrou em campo. Difícil, mas não impossível. Para ganhar este jogo, nós, cidadãos e gestores públicos, vamos precisar de estratégia, tática, preparo físico e muito espírito de equipe.
Pesquisa recente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) realizada em 4.400 das 5.563 prefeituras do país, concluiu que em 63% delas o crack já causa um  preocupante impacto sobre os serviços de saúde pública. As áreas de segurança e assistência social também já sofrem os efeitos danosos desta poderosa droga.
Um dos maiores problemas decorrentes do uso do crack está no aumento da violência, expressa no crescente número de homicídios, principalmente na faixa de jovens de 15 a 24 anos. Outro indicativo é o aumento da incidência de alunos armados no interior das escolas.
As ações de combate às drogas são atribuições dos estados e da união. Mas isso não pode servir de pretexto para que as prefeituras cruzem os braços e esperem que as soluções venham dos céus. Projetos preventivos, nas áreas de educação, assistência social e esportes, por exemplo, sempre são bem vindos.
Em Resende, particularmente, a situação é bastante preocupante. Resende tem uma localização geográfica que favorece o tráfico de drogas.  O tráfico de drogas obedece às leis do mercado: se há mais dinheiro circulando, é para lá que ele vai. As notícias do crescimento econômico regional são mais um atrativo para o aumento do comércio de drogas em Resende e cidades próximas.
Mas nossos motivos de preocupações são ainda maiores. Com a ocupação territorial das áreas antes dominadas pelos traficantes, na capital do nosso estado, o tráfico de drogas está procurando outros territórios. Resende, e toda a região das Agulhas Negras, por estar próxima a cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de oferecer várias opções de rotas de fuga, aparece como opção preferencial para a instalação de um novo pólo das drogas no estado. Esta é mais uma das conseqüências do crescimento econômico não planejado.
Tem solução? É possível evitar a degradação de Resende e da região? Sim, desde que sejam formuladas políticas públicas municipais para o enfrentamento do problema. Programas ocupacionais de jovens nas áreas de esporte, cultura, ciências, turismo, educação ambiental, por exemplo, são alternativas. Aumentar a carga horária nas escolas também ajuda. Convênios entre igrejas, prefeituras e associação de moradores,  para apoio do dependente e sua família, também é fundamental.
Precisamos dar mais atenção aos nossos jovens, dentro de casa e nas ruas. Precisamos oferecer a eles aquilo que eles gostam de fazer, as coisas para as quais eles tenham aptidão. Precisamos criar craques nas escolas: de futebol, de vôlei, da música, dos palcos... Onde há craques em formação, o crack não entra.

Noel de Carvalho
Presidente do Diretório do PMDB de Resende


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