Primeira história: Um dia a cerveja Nova Schin contratou o Zeca Pagodinho pra dizer: “experimenta, experimenta”. Logo em seguida, a peso de ouro, ele voltou para os braços da Brahma arrependido e dizendo que aquela sim era uma cerveja de verdade. Questionado se não seria falta de ética com a concorrente ele respondeu que “a ética de Xerém era diferente”.
Segunda história: em 1988, foi realizado o primeiro Festival de Teatro de Resende. E o Grupo de Teatro Boca de Cena estava no auge do seu amadurecimento. Convidado a concorrer no festival, acordou-se que o grupo se apresentaria hours concours. Não seria ético um grupo da cidade concorrer num festival da cidade.
Terceira história: quando o Noel de Carvalho foi prefeito de Resende pela segunda vez, ele organizou um concurso público. Eu era presidente da Casa da Cultura, e me aconselharam fazer o concurso e eu não fiz. Vai que eu passasse? Não seria ético.
Essa enrolação inicial foi só pra dizer que a ética de Xerém não se aplica quando um prefeito faz um concurso público e passam sua irmã, sua mulher e sua cunhada.
A Ana Lúcia, dona do jornal Beira Rio, lembrou também que até nos sorteios de prêmios realizados pelas grandes marcas, é vedada a participação de parentes e funcionários, e seus afins. Não precisa ser um estudioso de Aristóteles ou de Spinoza pra se entender de ética.
A Dra. Ana Paula é uma cardiologista espetacular, a Dra. Barcita é uma médica super competente e humana (não conheço a cunhada) e é um luxo qualquer cidade ter no serviço público profissionais tão preparados.
Mas não poderiam ter feito o concurso. A Brahma é muito melhor que a Nova Schin, o Boca de Cena teria ganho o festival e eu provavelmente teria passado no concurso. Mas não seria ético. Ou melhor, seria a ética de Xerém.
Por José Leon
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