sábado, 23 de junho de 2012

LÔBO EM PELE DE CORDEIRO


Pesquisa CNI/IBOPE (Confederação Nacional das Indústrias), divulgada em maio passado, mostra que 94% da população brasileira considera o meio ambiente como o tema que mais a preocupa. Em 2010, esta mesma pesquisa apontava um percentual de 80% da população preocupada com este tema. Se não ainda pela prática cotidiana, mas pelo menos na percepção da importância do tema, meio ambiente deixou de ser coisa de "ambientalistas". O Rechuan, prefeito de Resende, não sabia disso. Se soubesse, ele não teria chamado de "ambientalistazinhos", em um dos seus programas de rádio, pago com o dinheiro dos nossos impostos, as pessoas que estão preocupadas e reagindo contra os vários crimes ambientais cometidos pelo seu governo. Rechuan continua mal informado e mal assessorado, além de arrogante e desrespeitoso com os cidadãos resendenses que se preocupam com o que acontece de ruim com o meio ambiente em nosso município.
Não são "crimezinhos" os atos de degradação ambiental praticado pelo governo Rechuan: lançamento clandestino de toneladas de material tóxico (chorume) no Rio Paríba, aterramento ilegal do sistema lagunar para a construção da fábrica de automóveis da NISSAN, licenciamento ilegal para a extração de mineral utilizado no aterramento desta lagoa (só o estado poderia dar essa licença ambiental), obras no Rio Sesmaria sem estudos, projetos e ralatórios de impacto ambiental apresentados previamente em audiência pública (quem garante que aquilo que está sendo feito é o correto, à preço justo?), licenciamento ambiental de condomínio de grande porte, também sem estudos, relatórios e audiências públicas, intervenção no Rio Paraíba também sem licenciamento ambiental do estado, corte de árvores na zona urbana sem critérios publicamente estabelecidos, além de outros, que não caberiam neste espaço.
O Rechuan poderia aproveitar suas andanças pelas igrejas evangélicas, "coincidentemente" às vésperas da eleição, para dar uma lida em Salmo 96,12, que também é o nome da recente operação da Polícia Federal, em Roraima, de caça a criminosos ambientais. Pelo andar da carruagem, não falta muito para essa operação chegar em Resende. Misturar política com religião é tão danoso como destruir a natureza. Oportunistas e aproveitadores habitam as escadarias e os porões das igrejas desde os vendilhões do templo, expulsos à chicotada por Jesus. Essa tática de se aproximar das igrejas às vésperas de eleição não é novidade aqui em Resende. Um dos mentores do Rechuan fez isso com relação a uma igreja evangélica da nossa cidade. "Converteu-se" e abandonou a igreja pouco depois da eleição.
O Rio Paraíba é obra de Deus; a Lagoa da Turfeira é obra de Deus; os passáros que habitavam a Lagoa da Turfeira são obras de Deus; os peixes mortos pelo chorume também são obras de Deus. Quem não respeita as criações de Deus não respeita mais nada. De que adianta se aproximar das igrejas e não respeitar as obras de Deus? Deus não está nas igrejas (mas os votos estão) Deus está na natureza, nos nossos corações, nas nossas mentes e nos nossos atos.
Esses oportunistas se movem pautados pelas pesquisas. Se os votos estão na maçonaria, é lá que eles estão. Se os votos estão na igreja católica, na batista, na metodista, no espiritismo, no candomblé, la estarão esses caçadores de voto. Meio ambiente, para esses oportunistas, não significa nada.  Além de oportunistas, mentem. E como mentem. Nesses mesmo programa de rádio, o do "ambientalistazinhos", Rechuan disse que isso era coisa da oposição, que não queria a instalação da NISSAN em Resende. Mentira! Em momento algum, o MOVIMENTO POPULAR SOS LAGOA DA TURFEIRA disse que era contra a instalação dessa empresa. Muito pelo contrário. Nosso lema é: "NISSAN SIM, LAGOA DA TURFEIRA TAMBÉM". Queremos as duas. Já passou o tempo em que meio ambiente e desenvolvimento econômico eram excludentes. Não é mais assim. Mas o Rechuan não sabe. Se soubesse, ele já teria apurado e divulgado todas essas denúncias que se abatem sobre o seu governo. Não perdoai-os, Senhor, apesar da sua infinita bondade,  porque eles sabem muito bem o que fazem. 


Por Eliel de Assis Queiroz 

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