sábado, 12 de julho de 2025

Bacellar exonerou Washington Reis… e pode ter criado seu maior inimigo em 2026



Washington Reis está no jogo — e não como coadjuvante. Confirmou sua candidatura ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 2026 e, com isso, virou uma pedra enorme no sapato de quem achava que já tinha o caminho livre para o Palácio Guanabara.

E aqui, não dá pra ignorar o movimento desastrado do então governador interino, Rodrigo Bacellar. Ao exonerar Washington da Secretaria de Transportes, achou que estava consolidando o controle do governo e eliminando um potencial concorrente. Só que pode ter cometido o que a gente chama, no jargão político, de tiro no pé.

Porque o que saiu pela porta dos fundos do Palácio não foi um ex-secretário. Foi um ex-prefeito influente, com base sólida na Baixada Fluminense, "dono" de parte do MDB e conhecedor das regras — e dos atalhos — do jogo político fluminense. E pior: saiu com sede de vingança e disposição para bater de frente.

Washington já deixou claro: não será vice de ninguém. E está certo de que vai disputar a cabeça de chapa. O recado a Bacellar foi direto. E mais: convidou Wladimir Garotinho, prefeito de Campos, para ser seu vice. Uma união de máquinas pesadas e estratégicas, que pode gerar um estrago enorme nas pretensões de quem está no poder hoje.

E não para por aí. Enquanto Bacellar e Washington trocam farpas e armam seus palanques, um terceiro nome avança no retrovisor: Eduardo Paes. O prefeito do Rio já deixou sinais de que pode disputar o governo do estado. E com ele no jogo, a briga que já era grande vira uma guerra.

Paes tem capital político, articulação nacional e o apoio de parte da elite carioca. Mas enfrentará resistência em regiões onde Washington e Bacellar nadam de braçada. Ou seja: o cenário que se desenha para 2026 não é de polarização — é de fragmentação. E quem errar agora, pode não ter segunda chance depois.

Bacellar, ao exonerar Washington, achou que estava limpando o terreno. Mas talvez tenha apenas jogado gasolina em uma fogueira que agora ele não consegue mais apagar. Criou, sem querer, o inimigo mais perigoso da disputa. E deu a Reis exatamente o que ele precisava: narrativa, vitimização e liberdade pra se articular.

O resultado? Três caciques no ringue: Bacellar com a caneta na mão, Paes com os holofotes da capital, e Washington Reis com a faca nos dentes. Todos querendo o mesmo trono. Todos querendo ser o dono do Rio.

A eleição começou mais cedo. E quem ainda está dormindo em berço esplêndido, achando que estrutura de governo garante voto, vai acordar em outubro de 2026 com a realidade batendo à porta.

Um comentário:

  1. Boa análise. Não sei se ele tem esta força toda, mas a sede de vingança pode ser um bom motivador.

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