quarta-feira, 2 de julho de 2025

Três Rios terá nova eleição para prefeito

Foto: Divulgação

Nos últimos dias, Três Rios voltou às manchetes – infelizmente, por um motivo que nenhum cidadão gostaria de ver associado à sua cidade: a cassação do mandato do prefeito reeleito Joacir Barbaglio, o Joa. Depois de ter sido eleito com mais de 60% dos votos, Joa foi afastado do cargo por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a revogação de uma liminar que lhe permitia exercer o mandato mesmo tendo sua candidatura indeferida por contas rejeitadas. Joa teve as contas de quando foi presidente da Câmara Municipal de Três Rios reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado, em 2019.

O que mais me incomoda nessa história toda é o quanto a cidade perde. Não estou aqui para entrar no mérito da condenação, que foi baseada na Lei da Ficha Limpa e nas regras que todos os candidatos conhecem muito bem. Minha reflexão é sobre os danos que essa instabilidade causa à cidade e à vida de quem mora nela.

Imagine o seguinte: uma cidade elege um prefeito com maioria expressiva. Ele toma posse, começa a montar sua equipe, apresenta projetos, toma decisões – e, de repente, é afastado. Tudo para. Tudo volta à estaca zero. A população, que já sofre com os problemas do dia a dia, agora assiste à política local virar um palco de incertezas.

A pergunta que fica é: por que esse processo não foi concluído antes da eleição ou, pelo menos, antes da diplomação? Se a candidatura de Joa estava sub judice, por que o julgamento definitivo não foi antecipado? Ao permitir que ele fosse diplomado e empossado com uma liminar provisória, o sistema eleitoral criou uma ilusão de estabilidade. E quem paga essa conta é o povo.

Agora, Três Rios terá que arcar com os custos de uma nova eleição – gastos com estrutura, pessoal, segurança, logística e todo o processo eleitoral. Além disso, a cidade perde tempo precioso. Tempo de gestão. Tempo de planejamento. Tempo de execução de políticas públicas.

Enquanto isso, quem assume a prefeitura é Jonas Dico, presidente da Câmara Municipal, em um governo interino. Ele tem a missão difícil de manter os serviços funcionando, dar continuidade a projetos e manter a cidade minimamente estável até que novas eleições sejam convocadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

Não é apenas uma questão jurídica, é uma questão de responsabilidade com a cidade. Três Rios não pode ser cenário de incertezas políticas a cada ciclo eleitoral. Precisamos de mais celeridade da Justiça Eleitoral, de mais rigor na análise das candidaturas antes do pleito e, acima de tudo, de mais compromisso dos nossos representantes com a ética e a legalidade.

A democracia é o melhor caminho, mas precisa ser mais eficiente. Não podemos continuar tratando com naturalidade o fato de um prefeito ser eleito, tomar posse e depois ser afastado meses depois. A cidade perde. A população perde. Todos perdemos.

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