Nos bastidores da política fluminense, nada é por acaso — e a recente exoneração de Washington Reis pelo governador interino Rodrigo Bacellar foi apenas mais uma peça mexida num tabuleiro muito maior: a eleição de 2026.
A verdade é que Reis não está fora do jogo. Pelo contrário, está se movimentando com força, inclusive nos bastidores do Judiciário. Ele articula com seus aliados uma reviravolta na justiça para tentar derrubar sua inelegibilidade, que decorre de uma condenação por crime ambiental. A estratégia jurídica passa por um pedido de revisão no STF, buscando rediscutir os efeitos da Lei da Ficha Limpa no seu caso. Fontes dizem que há conversas com membros do judiciário e um esforço para construir um entendimento favorável. Ou seja: Reis quer ser candidato em 2026 — e está disposto a tudo para isso.
E ele não está sozinho. Eduardo Paes tem feito gestos claros de aproximação. A aliança entre Paes e Reis pode parecer improvável à primeira vista, mas, na real, é estratégica. Ambos têm interesse em enfraquecer a dobradinha Castro-Bacellar, que hoje domina o Palácio Guanabara. Paes, que já rompeu com Castro e tem ambições nacionais dentro do PSD, vê em Reis um possível aliado para ampliar sua força no estado e reconfigurar o mapa político do Rio.
Enquanto isso, Bacellar, ainda digerindo a repercussão da exoneração, tenta se firmar como nome competitivo para 2026, se colocando como uma espécie de "anti-Castro" — mesmo tendo sido eleito ao lado dele. Sua postura durante o breve período como governador interino deixou claro que ele quer mais que a cadeira de presidente da Alerj. Ele quer poder, e quer ser o próximo a sentar no Palácio.
A confusão que se armou após a exoneração de Reis revelou algo maior: o campo da direita no Rio está dividido. De um lado, Bacellar e Castro buscando manter o domínio que conquistaram. Do outro, um Washington Reis que, mesmo inelegível, não aceita ser descartado — e que já ensaia uma reaproximação com a esquerda moderada e até com o presidente Lula, o que tem feito circular nos bastidores a expressão “BolsoLula”.
Se ele vai conseguir se viabilizar juridicamente, ainda não sabemos. Mas uma coisa é certa: subestimar Washington Reis é um erro. Ele tem base, tem aliados, conhece os caminhos da política fluminense e não engole desaforo calado. Disse com todas as letras que a assinatura de Bacellar “não vale nada” e deixou no ar que sua demissão foi um ato pessoal, não institucional.
Com o retorno de Cláudio Castro ao governo, fica a dúvida: o governador vai reconduzir Reis ao cargo ou vai deixar tudo como está para não se indispor com Bacellar?
Enquanto isso, os bastidores seguem fervendo. E como sempre digo: no Rio, a política nunca dorme — ela apenas cochila de olho aberto.
Eu já disse. O Bacelar devia contratar um fonaudiologo.
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