terça-feira, 8 de julho de 2025

Força Municipal: Um novo caminho para a segurança nas ruas


Nos últimos quatros anos estive trabalhando na capital fluminense e tenho acompanhado com atenção a criação da Força Municipal de Segurança no Rio de Janeiro. Trata-se de uma iniciativa corajosa e necessária do prefeito Eduardo Paes (PSD). Em meio a tantos desafios que enfrentamos na área da segurança pública, ver o município assumir um papel mais direto no combate à criminalidade é algo que precisa ser debatido e, acima de tudo, valorizado.

Diferente da tradicional Guarda Municipal, que tem um papel fundamental na proteção dos bens públicos e na organização urbana, a Força Municipal surge como uma tropa de elite dentro da estrutura da guarda. Uma equipe treinada, armada, equipada com tecnologia e, sobretudo, preparada para atuar onde o crime afeta diretamente o cidadão comum: nos transportes, nas praças, nas escolas, nos pontos turísticos, nas regiões comerciais. Lembrando que ela não vai enfrentar o crime organizado, mas sim, combater o crime nas ruas, como roubo de celular, assalto a pedestres, etc. Essa força também não atenderá pelo 190 e só irá pra rua com uma missão definida para cada dia e em locais estratégicos.

O objetivo não é militarizar, nem sobrepor o trabalho da Polícia Militar ou da Civil. Pelo contrário: é fortalecer o elo entre o município e a segurança pública, oferecendo resposta rápida, atuação preventiva e presença constante. Tudo isso com transparência, câmeras corporais, treinamento de excelência e foco total em proteger quem mais precisa.

Esse modelo, que começa a ser implantado na capital, pode – e deve – ser visto como uma referência para outras cidades, inclusive as do interior. Muitas vezes, nas cidades menores, sentimos a ausência do Estado na segurança. Delegacias com estrutura precária, efetivo da PM reduzido, viaturas insuficientes e uma população que vive refém do medo, seja no campo ou na cidade.

Por que não adaptar essa ideia?

Claro que cada realidade exige um formato diferente, mas imaginem se nossas cidades pudessem criar grupos municipais de segurança preventiva, com guardas bem treinados, armamento legal e controle rígido. Esses agentes poderiam atuar de forma integrada com as polícias, oferecendo apoio nas áreas de maior vulnerabilidade, reforçando o patrulhamento escolar, protegendo áreas rurais e comerciais.

Além disso, a presença de uma guarda armada e qualificada pode ajudar a liberar as forças estaduais para ações mais complexas, enquanto o município cuida da ponta, da base, da rua. É ali que o cidadão precisa de ajuda. É ali que nasce a confiança no poder público.

Se queremos uma segurança pública eficiente, precisamos reconhecer que ela não é dever apenas do governo estadual ou federal. O município pode – e deve – fazer mais. O exemplo do Rio mostra que é possível inovar, assumir responsabilidades e colocar o cidadão no centro da política pública.

Quem vive nos bairros sabe onde o crime age. Quem está no interior conhece os pontos vulneráveis da cidade. O que falta, muitas vezes, é estrutura, ousadia e vontade política.

Fica aqui meu respeito a essa iniciativa e o desejo de que ela possa inspirar outras regiões. Porque segurança de verdade começa com presença, prevenção e proximidade. E o município pode ser o protagonista dessa transformação.

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