Sempre que se fala em política, muita gente lembra logo do presidente, do governador, do prefeito… mas quase nunca se fala do vereador. E olha que o vereador é a autoridade mais próxima da população, aquela que deveria estar ali, no dia a dia, ouvindo, fiscalizando, propondo melhorias e defendendo os interesses do povo. Mas infelizmente, em muitas cidades da região das Agulhas Negras, o que mais vemos são vereadores que se escondem do seu papel.
O vereador não está na Câmara só pra dar nome a rua ou fazer moção de aplausos. Ele é eleito pra legislar, fiscalizar o Executivo e lutar pelas necessidades da população. É ele que pode cobrar melhorias no posto de saúde que está caindo aos pedaços, no ônibus escolar que não chega na zona rural, no asfalto que nunca vem. Mas quando o vereador se omite, quem paga a conta é a cidade inteira.
Veja Resende, por exemplo. Há bairros como Lavapés, Vicentina e Alegria que sofrem há anos com problemas básicos: esgoto a céu aberto, falta de iluminação pública decente e ruas com lixo e entulhos. E onde estão os vereadores eleitos por essas comunidades? Onde está a cobrança firme na tribuna, a visita técnica, a denúncia ao Ministério Público, o pedido de providências ao Executivo?
Em Itatiaia, outro caso: o escândalo de corrupção na história recente envolvendo o alto escalão da prefeitura chocou o Estado, e poucos foram os vereadores que levantaram a voz. Muitos se calaram, preferindo manter seus acordos políticos ao invés de defender a moralidade pública. Resultado? População revoltada, cidade paralisada, e a desconfiança geral nas instituições.
Na pequena cidade de Quatis, as demandas da zona rural, como estradas precárias e transporte escolar, continuam sem solução. E por que isso não avança? Porque muitos vereadores ainda confundem o mandato com um favor pessoal, e não com um dever público.
E o mais triste é ver que esses mesmos vereadores que se calam durante quatro anos aparecem sorridentes na eleição, pedindo mais um voto de confiança. Usam palavras bonitas, promessas recicladas, e somem de novo. A população precisa começar a lembrar: vereador que some depois de eleito, tem que continuar sumido na próxima eleição — nas urnas.
Não dá mais pra aceitar o vereador que só aparece na sessão, bate ponto, faz selfie e vai embora. Não dá mais pra aceitar o “vereador de gabinete”, que só atende por telefone e evita o povo. A cidade sangra quando o vereador não cumpre seu papel. E o povo paga essa conta com ruas esburacadas, escolas abandonadas, hospitais lotados e direitos esquecidos.
Está na hora de mudar essa lógica. Está na hora de cobrar. Está na hora de lembrar que vereador não é figurante, é protagonista. E se não quiser atuar, que dê lugar a quem tem coragem de ser voz do povo de verdade.
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