terça-feira, 1 de julho de 2025

O Lula de hoje, a imagem do Brasil lá fora e a conta que está chegando

 


Por muito tempo, o presidente Lula foi retratado como uma figura carismática que atraiu atenção global. Mas, hoje, o cenário é outro — e o contraste entre o que ele representa dentro e fora do Brasil é cada vez mais evidente. No terceiro mandato, Lula não apenas enfrenta um país mais complexo, como também toma decisões que colocam em xeque a estabilidade econômica e a credibilidade internacional do Brasil.

No exterior, o presidente ainda busca se firmar como um líder do Sul Global, tentando se posicionar entre potências como China, Estados Unidos e Rússia. Participações em cúpulas como o G20, os BRICS e sua futura liderança na COP30 são exemplos desse esforço diplomático. No entanto, a imagem que ele tenta projetar colide com declarações polêmicas e alianças contraditórias. A aproximação com regimes autoritários, o silêncio seletivo diante de crises de direitos humanos e comparações infelizes — como a feita entre a guerra em Gaza e o Holocausto — acenderam alertas na Europa, em Israel, e até entre aliados históricos.

Essas posições não são apenas questões de política externa. Elas afetam diretamente a forma como o Brasil é percebido como parceiro comercial, destino de investimentos e ator confiável nas negociações multilaterais. O desgaste é real.

Internamente, o cenário também preocupa. O governo tem elevado os gastos públicos a patamares arriscados, sem apresentar contrapartidas sustentáveis. A promessa de responsabilidade fiscal feita no início do mandato não se concretizou. Ao contrário, o que se vê é um aumento das despesas correntes, ampliação da máquina estatal e uma série de pacotes que buscam arrecadar mais sem cortar na própria carne.

O Congresso tem reagido, como vimos recentemente na derrubada de medidas que visavam ampliar impostos sobre transações financeiras. A falta de articulação política e a dificuldade de lidar com um Legislativo cada vez mais autônomo indicam uma perda de força institucional, que compromete a governabilidade.

A economia, por sua vez, sente os efeitos desse desequilíbrio. A confiança do investidor sofre, os juros permanecem altos, e o crescimento continua tímido. O Brasil parece caminhar em círculos — com muito discurso, mas pouca entrega.

O fato é que o Lula de 2025 não representa renovação nem estabilidade. Sua condução, tanto no campo econômico quanto político, tem ampliado incertezas e criado fissuras no ambiente institucional e internacional do país.

Não se trata aqui de torcida contra. Trata-se de análise de fatos. O Brasil precisa urgentemente de mais responsabilidade, mais foco em resultados concretos e menos personalismo ideológico. O tempo passa, e a conta — como sempre — chega para o povo.


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